O governo britânico anunciou nesta terça-feira (14) que, a partir da próxima semana, começará a administrar uma dose de reforço da vacina contra a covid-19 nas pessoas com mais de 50 anos e nos profissionais de saúde, devido à previsão de um inverno potencialmente complicado.
— Temos que estar atentos, pois o outono e o inverno apresentam condições favoráveis para a covid-19 e outros vírus sazonais — advertiu o ministro da Saúde, Sajid Javid, na Câmara dos Comuns. — As crianças voltam às escolas, mais pessoas retornam ao trabalho, a mudança da meteorologia significa que podemos ter mais pessoas que ficam mais tempo em locais fechados — disse, antes de mencionar a possível pressão nos hospitais de outros vírus sazonais, como a gripe.
O programa de reforço pretende evitar o retorno de restrições sociais e econômicas, como os três confinamentos decretados no país desde março de 2020, segundo o ministro.
O governo decidiu não impor a vacinação obrigatória para a entrada em locais como casas noturnas e estádios, depois de cogitar a medida. Porém, em caso de agravamento da pandemia, o Executivo se reserva a possibilidade de retomar algumas medidas, como a obrigatoriedade do uso de máscara ou a recomendação para o trabalho em casa.
O primeiro-ministro Boris Johnson deve detalhar o plano para a luta contra a covid-19 no inverno (no hemisfério norte, enquanto é verão no Brasil) em uma entrevista coletiva durante a tarde.
Além de todos com mais de 50 anos, poderão receber a vacina de reforço as pessoas de 16 a 49 anos com problemas de saúde que as deixam especialmente vulneráveis à doença e os adultos que têm contato direto com pessoas imunodeprimidas, anunciaram as autoridades de saúde.
Os especialistas do Comitê Conjunto sobre Vacinação e Imunização (JCVI) recomendaram o uso, principalmente, de uma dose completa da vacina de Pfizer/BioNtech ou, quando não for possível, meia dose do fármaco da Moderna.
As pessoas que por motivos médicos não podem receber essas vacinas desenvolvidas com a tecnologia de RNA mensageiro serão autorizadas a receber uma dose da mais convencional AstraZeneca/Oxford. A injeção deve ser aplicada pelo menos seis meses depois da segunda dose.
A campanha britânica teve início em dezembro de 2020 e, desde então, 81% da população com mais de 16 anos está completamente vacinada. Um "sucesso incrível", pois as autoridades calculam que evitou 24 milhões de casos de covid-19 e 112 mil mortes, afirmou Jonathan Van-Tam, vice-diretor médico da Inglaterra. Mas ele alertou que o inverno pode ser complicado com o retorno de epidemias sazonais como a gripe, pouco desenvolvida no ano passado devido aos confinamentos.
O governo de Boris Johnson anunciou na segunda-feira (13) que ampliará a vacinação aos jovens adolescentes de 12 a 15 anos na Inglaterra a partir da próxima semana, com uma primeira e única dose de Pfizer/BioNTech.
Desde o início da pandemia, mais de 134 mil pessoas morreram no Reino Unido vítimas da covid-19, e o país, onde a variante Delta é dominante, registra quase 30 mil novos casos por dia.