Um novo sequenciamento genômico realizado pelo Laboratório de Microbiologia Molecular da Universidade Feevale, de Novo Hamburgo, aponta para o avanço da variante Delta do coronavírus no Rio Grande do Sul. Entre 74 amostras analisadas, a cepa indiana representa 75% dos casos, diante de 25% da Gama, também conhecida como P.1, primeiramente identificada em Manaus.
As amostras foram coletadas entre o final de julho e início de setembro em 12 cidades gaúchas, um município catarinense e outro do Amapá, no norte do Brasil. Em sequenciamento anterior, realizado em julho pela Feevale, o resultado foi invertido: 75% das amostras eram da Gama, enquanto 25% tratavam-se de Delta.
Responsável pelo estudo, o virologista Fernando Spilki, professor da Feevale e coordenador da Rede Corona-ômica do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), diz que a regularidade do sequenciamento genômico permite acompanhar o comportamento da Delta no Estado. Segundo o pesquisador, a Delta continua avançando, mas os números podem ser influenciados por surtos locais da variante Gamma.
— É o que percebemos quando comparamos os dados de materiais da Região Metropolitana, onde ainda tivemos um contingente significativo de casos de Gamma, com as amostras coletadas no Vale do Rio Pardo, em parceria com a Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), onde a Delta estava presente em oito das nove amostras — conclui.
Todos os resultados dos sequenciamentos são disponibilizados em bases de dados públicos nacionais e internacionais, e posteriormente serão submetidos à publicação em periódico científico.