A terceira dose da vacina contra covid-19, anunciada na quarta-feira (25) pelo Ministério da Saúde, tinha o início do processo previsto para a segunda quinzena de setembro em idosos a partir dos 70 anos e imunossuprimidos (pessoas que têm o sistema imunológico comprometido). Mas ao menos duas regiões brasileiras já começaram a aplicação do reforço. O Rio Grande do Sul, no entanto, ainda não divulgou o cronograma estadual para a nova etapa da campanha de vacinação.
São Luís, capital do Maranhão, começou a administrar a terceira dose em moradores de oito instituições de longa permanência na quinta-feira (26). Seguindo os critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde, foram vacinadas pessoas com 70 anos ou mais e imunossuprimidas. Nesta sexta-feira (27), é a vez de idosos com 90 anos ou mais, anunciou o prefeito Eduardo Braide em suas redes sociais.
Para a Folha de S.Paulo, Braide justificou a celeridade em razão da utilização de centros de vacinação exclusivos e independentes para covid-19, o que permite a aplicação concomitante de segunda e terceira doses. Outro aspecto, disse ao jornal, foi o envio reforçado de 300 mil doses para a capital maranhense, em maio, em razão do aportamento de um navio com casos de variante Delta. Esse quantitativo foi importante para ampliar a imunização da população no Estado.
Em âmbito estadual, o Mato Grosso do Sul previa começar nesta sexta o reforço na sua população. Na quarta-feira, o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, justificou a decisão dizendo que o Estado está em processo avançado de imunização, inclusive entre adolescentes de 12 a 17 anos:
— Estamos construindo uma resolução para que todos os idosos a partir de 60 anos, incluindo os profissionais de saúde, recebam a dose de reforço em nosso Estado. Mas o quantitativo de vacinas que vai chegar, inicialmente, não será suficiente para atender a todos ao mesmo tempo. Por isso, vamos vacinar por faixas etárias, começando com as pessoas de 80 anos ou mais, e profissionais de saúde que tenham completado o ciclo vacinal há seis meses, ou seja, os que tomaram as duas doses da vacina até o dia 31 de março deste ano.
De acordo com o vacinômetro do Mato Grosso do Sul, atualizado às 10h30min desta sexta, 42,8% da população do Estado já está com o esquema vacinal completo.
Em Goiás, o governador Ronaldo Caiado anunciou, via Twitter, que vai iniciar a aplicação de terceira dose na próxima semana. Sem definir datas, ele se limitou a dizer que o foco será em moradores de asilos.
São Paulo também divulgou datas para começo do reforço. O governador João Doria estima que esse processo se dê a partir de 6 de setembro. A prefeitura do Rio de Janeiro também prevê iniciar as aplicações no dia 1º.
Doble chapa se vacinam em Rivera
Moradora de Santana do Livramento, na fronteira com o Uruguai, a professora Andrea Raffone Fernandez Ibargoyen, 53 anos, recebeu o reforço da vacina contra a covid-19 nesta sexta. Depois da administração de duas doses de CoronaVac, entre março e abril no país vizinho, a doble chapa foi convocada para agendar o reforço.
— É um sentimento de felicidade por ser uruguaia e ver meu país com uma séria preocupação com a vacinação e triste, pois, no Brasil, ainda há uma população que não se conscientizou e não foi vacinada. É bem paradoxal — avalia.
Do outro lado da fronteira, a terceira dose é ofertada para todos aqueles que completaram o esquema vacinal com CoronaVac e também para imunossuprimidos que já receberam vacinas da Pfizer, AstraZeneca ou CoronaVac.
Elizabeth Rodriguez, responsável pelo Centro Periferico de Rivera, município que tem limite com Santana do Livramento, explica que apenas pessoas com documentação uruguaia são elegíveis para imunização no país:
— Só se vacinam uruguaios, que tenham cédula (identidade) do país. Brasileiros que tenham o documento uruguaio podem se vacinar — reforça.
Santana do Livramento segue vacinando moradores com 18 anos ou mais e adolescentes com comorbidades entre 12 e 17 anos.