Com a proximidade de se concluir a vacinação na população com mais de 18 anos – o Piratini projeta para 25 de agosto –, acende-se, agora, o alerta para que os gaúchos cumpram todo o ciclo vacinal. Quer dizer, façam as duas doses dos imunizantes que requerem o reforço. Apenas a vacina da Janssen é aplicada em dose única. As demais, AstraZeneca, CoronaVac e Pfizer necessitam de duas doses.
De acordo com Maicon Lemos, presidente do Conselho das secretarias Municipais de Saúde do Rio Grande do Sul (Cosems\RS) e secretário de Saúde de Canoas, algumas cidades do Estado têm nível elevado de abstenção na segunda dose. Em alguns casos, chegando a 50%. Lemos pontua que a maior justificativa das pessoas para não tomar a dose de reforço é o medo das reações adversas.
— É importante lembrar que dores no braço, pico febril, entre outros, são sintomas esperados, previstos na bula. Não há nada de anormal, por isso, não podemos chegar a margens altas de pessoas não totalmente vacinadas — afirma.
Ana Duarte, professora da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), reforça a fala de Lemos e explica que os sintomas são a resposta do sistema imune a esse elemento estranho e novo que entrou no organismo humano. É uma resistência natural do corpo. Já as características das reações são os efeitos descritos na bula, que são os mesmos sentidos pelas pessoas.
— Isso é uma coisa boa, porque significa que o corpo está respondendo à vacina e essa resposta criada agora vai te ajudar e te proteger no futuro, caso você entre em contato com o coronavírus. Essa é uma resposta clássica de inflamação. O sistema imune percebe algo estranho e reage contra ele — explica.
O que explica o fato de determinadas pessoas sentirem mais o efeito colateral de um imunizante é uma mescla de duas variáveis: a composição da vacina e a resposta imune da própria pessoa, sinaliza a professora da PUCRS.
— Nem todo mundo vivencia de maneira tão intensa os efeitos dos imunizantes, assim como é completamente normal não sentir ou sentir poucos os efeitos —diz.
De acordo com Ana Duarte, aqueles que não sentiram nenhum desconforto, após a vacinação, podem ter uma resposta imune mais silenciosa. O que não tem relação com a eficácia da vacina, que continua protegendo.
— Ela (reação) é apenas mais controlada, quando comparada com a de quem manifesta sintomas de febre e dor no corpo por exemplo. Não há o que temer. No momento da vacinação os aplicadores falam o que pode vir a acontecer e dão as orientações corretas para aliviar esses sintomas que são muito mais tranquilos do que contrair a covid-19. Obviamente, que caso a pessoa acredite que esteja com reações muito intensas, ela deve procurar um médico, mas isso é extremamente raro.