A Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul (SES-RS) aguarda posição do Ministério da Saúde sobre a possibilidade de reduzir o intervalo entre as doses de vacinas contra a covid-19. A medida é discutida para evitar o avanço da variante Delta, originária na Índia, de maior transmissibilidade.
A secretária de Estado da Saúde, Arita Bergmann, questionou o governo federal nesta sexta-feira (9) por meio do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS). “No momento, portanto, não há mudança no RS nos intervalos preconizados pelo PNI”, informa a Saúde gaúcha por meio de nota.
O governo estadual começou, na quinta-feira (8), a discutir o tema com secretários municipais da Saúde. Ainda avalia estudos científicos, estoque de doses e ouve cientistas independentes para tomar uma decisão.
Contatado por GZH, o Ministério da Saúde afirmou que acompanha a evolução das diferentes variantes do vírus no país e que "está atento à possibilidade de alterações no intervalo recomendado entre doses das vacinas de covid-19 em uso no Brasil". Diz ainda que o tema foi discutido na Câmara Técnica Assessora em Imunizações, em reunião de 2 de julho, e que "o parecer foi a de manutenção deste intervalo".
Ao menos seis Estados já decidiram antecipar a aplicação da segunda dose de vacinas. A medida foi tomada em países como Canadá, França e Reino Unido, onde a cepa Delta está mais avançada.
Estudos mostram que a nova variante reduz a eficácia de vacinas na primeira dose, mas a segunda aplicação garante boa eficácia contra as novas cepas, inclusive para reduzir os riscos de hospitalizações e mortes.
Nesse cenário, a aplicação do esquema vacinal completo se torna ainda mais importante para proteger a população contra novas variantes. No entanto, antecipar a segunda dose significa retardar a velocidade de oferta da primeira aplicação.
Analistas não têm consenso sobre qual a melhor saída. Países que anteciparam a segunda dose estão mais avançados na campanha e imunizaram uma parcela maior da população com primeira dose, diferente do Brasil. Sabe-se, ainda, que a primeira dose garante certo nível de proteção, mesmo contra as novas variantes.