O Ministério da Saúde informou nesta quarta-feira (28) que vai realizar um estudo para avaliar a necessidade de uma terceira dose em pessoas imunizadas com CoronaVac. O imunizante é desenvolvido por uma farmacêutica chinesa e produzido no Brasil pelo Instituto Butantan.
A pesquisa, patrocinada pelo Ministério da Saúde, será realizada em parceria com a Universidade de Oxford e terá início nas próximas duas semanas.
— Não temos publicação na literatura detalhada acerca de sua efetividade (da CoronaVac). As respostas precisam ser dadas através de ensaios clínicos — afirmou o ministro Marcelo Queiroga em entrevista a jornalistas em Brasília.
De acordo com a pesquisadora Sue Ann Clemens, que coordenará o estudo, é preciso saber a duração da proteção de cada vacina. Para os imunizantes da Pfizer, AstraZeneca e Janssen, diz ela, já há publicações demonstrando a duração da proteção.
— Em relação à CoronaVac, precisamos avaliar isso. Estudos já mostraram que a proteção começa a cair com seis meses — disse Sue, brasileira que trabalha na Universidade de Oxford.
Nesta semana, uma estudo preliminar publicado por cientistas chineses mostrou que o nível de anticorpos neutralizantes produzidos pelo organismo após a imunização com CoronaVac caiu depois de seis meses. Ainda não é possível associar a queda de anticorpos à redução da proteção.
O mesmo estudo mostrou que uma terceira dose da CoronaVac é capaz de impulsionar novamente a produção de anticorpos, o que demonstra que a vacina induz boa "memória imunológica". Os pesquisadores chineses ponderaram, porém, que a decisão de oferecer uma terceira dose depende de vários fatores, entre eles a oferta de vacinas e a situação epidemiológica do país.
A pesquisa do Ministério da Saúde será feita com pessoas que tomaram as duas doses da CoronaVac há seis meses. Esses voluntários serão divididos em quatro grupos: o primeiro receberá o reforço com a própria CoronaVac; o segundo com a vacina da Jansen; o terceiro com a da AstraZeneca e o quarto com a da Pfizer.