Flores, borboletas e pássaros representados em cores alegres e vibrantes. São esses os elementos que pacientes oncológicos veem ao chegar na recepção do setor de quimioterapia do Hospital Militar de Área de Porto Alegre (HMAPA).
Os tons neutros, típicos de ambientes hospitalares e que antes predominavam no local, deram espaço à obra do artista porto-alegrense Deivid Bizer. O grafite faz parte do projeto de revitalização e humanização do setor, que foi idealizado pela Comunicação Social do HMAPA.
Bárbara Giambastiani, terceiro-sargento da instituição, explica que a ideia surgiu com o intuito de deixar o espaço mais acolhedor para aqueles que precisam de tratamento quimioterápico e de consultas com especialistas da área de oncologia.
Para ela, as cores dão mais energia ao local e, por isso, ajudam a aumentar o astral dos pacientes que estão debilitados e com o emocional abalado devido à doença:
— A proposta é levar ânimo para os pacientes e também para todos que trabalham naquele local, porque a pintura transforma o ambiente.
Quando o projeto foi aprovado pelo HMAPA e pela chefia do setor, Bárbara começou a procurar artistas que pudessem fazer o trabalho. Foi assim que encontrou Deivid Bizer que, além de ser ex-militar, trabalha há mais de 20 anos com arte urbana e já produziu outras obras em ambientes hospitalares.
O desenho escolhido foi elaborado em conjunto. A sargento conta que pediu a Deivid que a obra tivesse flores e elementos que representassem transformação, como as borboletas. Além disso, precisava ter uma ilustração do sabiá-laranjeira, pássaro símbolo do Brasil e da boa-nova.
— É um modo de levar mais alegria para o espaço, mudar aquele cenário. Falamos com vários pacientes que fazem quimioterapia ali e eles gostaram bastante — afirma o artista.
O material utilizado para fazer o grafite foi adquirido por meio de uma campanha de arrecadação interna, e Deivid não cobrou nenhum valor referente à mão de obra:
— Quis fazer porque era um trabalho inovador, que abre portas. A minha preocupação não era ganhar dinheiro.
A imagem tem 10 metros quadrados e ocupa duas paredes da sala de recepção do setor. Para concluí-la, foram necessárias 10 horas de trabalho entre os dias 8 e 9 de julho.