A redução do intervalo entre a primeira e a segunda dose das vacinas da Pfizer e da AstraZeneca, que passou de 12 para 10 semanas no Rio Grande do Sul, não deve impactar no calendário do Estado, que prevê a vacinação de toda a população a partir de 18 anos com pelo menos a primeira injeção até 20 de setembro. De acordo com a Vigilância Epidemiológica do Estado, a decisão de antecipar especificamente em duas semanas a segunda dose de Pfizer e AstraZeneca já levou em consideração o ritmo da vacinação da população com a primeira dose, de forma a não prejudicá-lo. Mas o andamento da campanha contra a covid-19 dentro do planejado depende dos repasses de ampolas pelo Ministério da Saúde.
— Por serem apenas duas semanas, a gente espera que a antecipação não traga grande impacto no avanço da vacinação. Mas tudo vai depender dos quantitativos de vacina que nós iremos receber durante os próximos meses. Aquele calendário está baseado em uma perspectiva de receber em torno de 2 milhões ou 2,2 milhões de doses por mês — afirma Tani Ranieri, chefe da Divisão de Vigilância Epidemiológica do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs).
Tani ressalta, no entanto, que a vacinação não ocorre de forma homogênea em todos os municípios, podendo ser mais lenta dependendo das condições de algumas localidades. Segundo ela, o Estado continuará a trabalhar junto aos municípios com mais dificuldades para melhorar a cobertura.
Como o Rio Grande do Sul já possui um quantitativo de AstraZeneca reservado para segunda dose, a vacinação com intervalo de 10 semanas já pode começar a ocorrer, como está sendo o caso em municípios como Porto Alegre. Com relação à vacina da Pfizer, a previsão é de que a próxima aplicação de segundas doses seja em 2 agosto, quando serão completados os primeiros esquemas vacinais no novo prazo, segundo Tani. Até lá, a expectativa do governo é de receber mais lotes da vacina.
A redução do intervalo entre doses desses imunizantes foi feita para tentar conter o avanço da variante Delta no Rio Grande do Sul, já que um esquema vacinal completo significa uma proteção mais robusta contra ela.