Pessoas com doenças pré-existentes tem apresentado atestado médico para se vacinar contra a covid-19 com fabricante específica em Rio Grande. A informação foi confirmada pela própria secretária de Saúde do município, Zelionara Branco, em uma live da prefeitura. Porém, especialistas alertam para risco de atrasos em imunização de toda população.
Em resumo, pessoas com algum tipo de comorbidade podem indicar, na hora da imunização, com qual fabricante querem ser vacinados com uso de atestado e documento do médico. Por exemplo, uma pessoa com diabetes poderia escolher ser imunizada com CoronaVac ou Pfizer.
Conforme Bruna Souza, médica infectologista do hospital escola da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), escolher um tipo de vacina pode colocar em dúvida a eficiência de uma em relação a outra. Além disso, pode atrasar o processo de imunização de toda a população.
— Não faz o menor sentido a pessoa esperar para se vacinar. Se a pessoa ficar esperando para receber a Pfizer, vai acabar exposta ao vírus neste tempo em que ela estiver esperando, o que pode ser fatal — ressalta a médica.
Caroline Hoffmann, representante da 3ª Coordenadoria Regional de Saúde, responsável pelo município de Rio Grande, se disse surpresa com o fato e afirmou que essa nunca foi orientação dada.
— Não sabia da exceção aberta. A nossa orientação nunca foi essa. A exceção da vacina é o público de gestantes e puérperas. Para os outros, a gente nunca orientou dessa maneira. Orientamos que fossem chegando e que se fosse aplicando nos grupos prioritários — salienta Caroline.
O Ministério da Saúde permite a indicação de fabricante específico somente para grávidas e puérperas, pois nem todos os imunizantes foram aprovados para uso seguro nesses grupos. A secretária da Saúde reiterou, ainda assim, que é preciso “passar por uma análise criteriosa” antes de ter a vacina indicada.
Colaborou Ian Tâmbara (ian.tambara@rdgaucha.com.br)