Há um mês, reportagem de GZH mostrou um ranking dos municípios que indicava o percentual de vacinação de suas populações contra a covid-19. Chamou a atenção da repórter Bibiana Dihl a situação de Nicolau Vergueiro, uma pequena cidade da região Planalto, perto de Passo Fundo.
Naquela altura, Nicolau Vergueiro tinha o menor índice de vacinação percentual da população com as duas doses. A repórter, então, ligou para a Secretaria de Saúde da cidade e descobriu que não se tratava de falta de imunização.
O problema estava no lançamento dos dados. A única pessoa autorizada a fazer a atualização do avanço da vacina havia se infectado.
— Além de ter tido covid, eu já estava com uma sobrecarga de trabalho. A equipe é pequena e a prioridade tem sido vacinar e atender as pessoas — disse o servidor à repórter.
A situação de Nicolau Vergueiro não é isolada. Pequenos e médios municípios, muitas vezes, recebem um lote de vacinas, as aplicam imediatamente e demoram alguns dias para atualizar os dados no sistema.
Sem atualizações, as informações sobre o programa de imunização ficam comprometidas. E informação é vital num plano de vacinação longo, que vai se estender até o fim do ano e que precisa dispor de dados precisos e atualizados para poder fazer possíveis correções de rumos.
Por isso, a bonificação anunciada nesta quinta-feira (24) pelo governo do Estado para os municípios que tiveram os dados mais precisos é importante. Vai estimular que falhas como a de Nicolau Vergueiro não passem despercebidas, premiando aqueles gestores comprometidos.
O pacote também é um estimulo à vacinação, ao engajamento dos gestores públicos no combate a bolhas de resistência à vacina e à busca ativa de pessoas que tomaram a primeira dose e não voltaram mais. Errado seria dar dinheiro público para quem não tem nenhum compromisso.