Um dos sintomas mais característicos da infecção pelo coronavírus é a perda do olfato e, em menor escala, do paladar. A recuperação completa da capacidade de sentir odores, no entanto, varia entre cada paciente. O que um estudo publicado na quinta-feira (24) mostrou é que o período para retorno completo do olfato pode alcançar um ano em alguns casos.
Divulgado pelo periódico JAMA, o estudo avaliou, a cada quatro meses, 97 pessoas com perda aguda do sentido por mais de sete dias. Desse total, 51 pacientes foram submetidos a testes de olfato subjetivo (em que se verifica se esse sentido está funcionado) e objetivo (em que se cheira determinados itens), enquanto 46 passaram apenas por um teste subjetivo.
Na primeira análise subjetiva, feita nos primeiros quatro meses, 45,1% dos 51 indivíduos reportaram recuperação completa do olfato. Outros 52,9% dos 51 disseram que foram parcialmente recuperados, enquanto 2% não reportaram melhoras.
Ao fazerem o teste objetivo, 84,3% dos 51 participantes estavam, comprovadamente, com o olfato normal, incluindo uma parcela daqueles que reportaram retorno parcial do sentido.
Com oito meses de acompanhamento, o teste objetivo apontou a recuperação completa de 49 dos 51 pacientes. Os dois restantes permaneceram com diminuição olfativa por um ano: um deles com limiar olfativo anormal e outro com parosmia (percepção alterada dos odores).
Já no grupo que foi submetido apenas à análise subjetiva, foi reportado que 13 (28,2%) participantes tiveram uma recuperação satisfatória nos primeiros quatro meses. Os outros 33 mencionaram recuperação apenas após 12 meses.
Com isso, os autores concluíram que os dois testes são importantes após a infecção. Apesar dos resultados, os próprios pesquisadores admitem que o trabalho é limitado, pois apenas metade dos voluntários foi submetida ao teste objetivo. Entretanto, todos os participantes foram contatados aos 12 meses e a maioria relatou um retorno subjetivo do olfato.