Pesquisadores ainda não conhecem em detalhes a variante C37 do coronavírus, também chamada de andina por ter sido identificada inicialmente no Peru. Nesta semana, foi descoberto o primeiro caso de infecção por C37 no Rio Grande do Sul.
Um caminhoneiro de 23 anos, morador de Itaqui, na Fronteira Oeste, morreu no final da manhã desta quarta-feira (16) no Centro de Tratamento Intensivo do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, para onde havia sido transferido após o agravamento do quadro em sua cidade de residência. Mas não se pode atribuir o óbito do paciente, que apresentava comorbidades, à ação da C37, alerta o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs).
De acordo com o virologista Fernando Spilki, professor da Feevale, a C37 praticamente só circulou, até agora, em países da América do Sul — há ocorrências pontuais nos Estados Unidos. Ela faz parte de um conjunto de variantes que se formaram, de forma isolada, na região dos Andes (Peru, Chile e Bolívia) e é, possivelmente, a que mais se disseminou.
— Infelizmente, ainda não temos um conjunto muito robusto de dados — lamenta Spilki, coordenador da Rede Corona-ômica do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações.
Entre as principais dúvidas da comunidade científica, estão características sobre o perfil da variante (fenótipo), como ela se comporta frente a anticorpos de indivíduos já vacinados — especialmente em relação às vacinas que vêm sendo aplicadas nas regiões citadas acima — e se tem potencial para provocar quadros mais graves de covid-19.