Um homem de 50 anos que se recuperou da covid-19 foi infectado com o fungo negro, que causa a mucormicose, informou o jornal uruguaio El País na quarta-feira (26) e a BBC Brasil nesta quinta-feira (27). Segundo a BBC Brasil, ele também sofre de diabetes e começou a apresentar sinais de infecção por fungos cerca de 10 dias após ter se recuperado da covid-19.
O paciente, que havia sido internado na capital Montevidéu, fez exames laboratoriais que confirmaram a infecção por mucormicose, afirma o El País, que diz também não ser possível especificar se esse é o primeiro caso no Uruguai porque a mucormicose não é relatada como um evento exclusivo de pacientes com covid-19.
Segundo o jornal, médicos acreditam que também pode haver uma ligação com os medicamentos esteroides agora usados para tratar a covid-19. Os esteroides reduzem a inflamação nos pulmões e ajudam a deter alguns dos danos que podem ocorrer quando o sistema imunológico do corpo se acelera para combater o coronavírus, mas eles também reduzem a imunidade.
Os sintomas da mucormicose dependem da parte do corpo que é infectada. No caso do paciente uruguaio, foi relatado que, após a recuperação da covid-19, ele passou a apresentar necrose na região da mucosa. Exames laboratoriais confirmaram que ele havia sido infectado com mucormicose.
Segundo estudo publicado em novembro de 2020 no Journal of Fungi e replicado pela BBC Brasil, ocorrem cerca de 0,14 casos por mil habitantes naquele país. Essa mesma pesquisa também relatou que o diabetes é a principal doença subjacente em pacientes afetados por mucormicose em países de baixa e média renda. Em países de alta renda, a infecção afeta mais pessoas com leucemia ou que passaram por transplante de órgãos. O fungo negro tem afetado muitos pacientes na Índia, que vive uma forte onda de covid-19.