O Ministério da Saúde da Argentina informou nesta segunda-feira (10) que foram detectadas pela primeira vez as variantes do coronavírus conhecidas como indiana e sul-africana em três viajantes que entraram recentemente no país. As três pessoas cumprem isolamento em hotéis de Buenos Aires, informou o ministério em um comunicado.
— Desde que iniciamos a vigilância de sequenciamento genômico em viajantes, identificamos variantes denominadas prioritárias em quase 50% dos casos positivos, mas esta é a primeira vez que encontramos as variantes B.1.617.2 e B.1.617.1 (originariamente isolada na Índia) e B.1.351 (originariamente isolada na África do Sul) — informou Analía Rearte, diretora Nacional de Epidemiologia e Informação Estratégica do Ministério da Saúde.
Rearte explicou que todas as pessoas que chegam de outro país pelo aeroporto internacional de Ezeiza são submetidas a um teste de antígenos. Os que têm resultado positivo são transferidos a um hotel da cidade de Buenos Aires para cumprir o isolamento e têm as amostras enviadas para sequenciamento ao laboratório (estatal) Anlis Malbrán.
Os três casos são de viajantes que chegaram ao país em 24 de abril. Só os argentinos ou os estrangeiros residentes estão autorizados a entrar na Argentina no âmbito das medidas preventivas para limitar o contágio da covid-19.
A variante indiana foi encontrada em dois menores de idade procedentes de Paris (França) que cumpriram o isolamento com seus pais, embora eles tenham testado negativo, enquanto a variante sul-africana foi detectada em uma pessoa de 58 anos procedente da Espanha, que passou pelo isolamento com sintomas leves.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou a variante descoberta na Índia como "preocupante" por ser mais contagiosa e por haver indícios de que ela atenuaria as respostas dos anticorpos que permitem combater o coronavírus, informou a instituição.
Um total de 17.381 pessoas se infectaram com a covid-19 e 496 morreram nas últimas 24 horas na Argentina, segundo o registro desta segunda-feira do Ministério da Saúde. O país, com 45 milhões de habitantes, soma mais de 3,1 milhões de casos e 67.821 mortes desde o início da pandemia.