Em uma das maiores operações anuais do Sistema Único de Saúde (SUS), o Rio Grande do Sul começa, a partir da próxima segunda-feira (12), a vacinação contra a gripe em postos de saúde espalhados pelo Estado. O objetivo é imunizar pelo menos 90% dos 5 milhões de gaúchos que fazem parte dos grupos prioritários.
A aplicação não protege contra o coronavírus, mas evita a confusão de sintomas e será essencial para combater uma nova sobrecarga do sistema de saúde gaúcho no inverno.
Isso porque cada pessoa vacinada contra a gripe é um indivíduo a menos a buscar, no futuro, uma vaga em hospital ao lado de pacientes com coronavírus e outras doenças. Pelo mesmo motivo, a população que não faz parte dos grupos prioritários com possibilidade de tomar uma dose pelo SUS é orientada a vacinar-se em farmácias e na rede particular.
A primeira fase da vacinação, iniciada na segunda-feira, aplicará doses contra a gripe pelo SUS em crianças de seis meses a menores de seis anos, gestantes, puérperas (mulheres até 45 dias após o parto), trabalhadores da saúde e povos indígenas.
Na segunda fase da campanha, em 11 de maio, serão vacinados idosos com 60 anos ou mais e professores. Na terceira etapa, que começa em 9 de junho e termina em 9 de julho, poderão buscar a vacina contra a gripe os demais grupos prioritários, como pessoas com comorbidades e forças de segurança (veja a seguir).
Como ainda não há estudos que comprovem a segurança de tomar a vacina contra a covid-19 próximo a outras doses, a recomendação da Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul é aguardar 14 dias entre a aplicação da vacina contra o coronavírus e a dose contra a gripe. A priorização, no entanto, deve ser o imunizante contra a covid-19, muito mais letal do que o vírus o influenza.
— A orientação é: se está no momento de tomar a vacina da covid, priorize a vacina da covid, que tem maior letalidade, e 14 dias depois tome a vacina contra a gripe. Se ainda não chegou sua vez de tomar a vacina da covid, tome a vacina contra a gripe primeiro — declarou a GZH na semana passada a diretora do Departamento de Atenção Primária e Políticas de Saúde da Secretaria de Estado da Saúde, Ana Costa.
Quem apresentar sinais de infecção por coronavírus deve adiar a vacinação contra a gripe até a recuperação total e, pelo menos, quatro semanas após o início dos sintomas.
A vacina contra a gripe muda todos os anos para acompanhar as variantes que mais circulam no Hemisfério Sul. Em 2021, a dose protegerá contra a influenza A H1N1, H3N2 e a linhagem B/Victoria.
O governo do Estado pede que a população leve a carteira de vacinação para tomar a injeção contra a gripe. Para crianças que estiverem recebendo a vacina contra a gripe pela primeira vez, devem ser aplicadas duas doses, com intervalo mínimo de quatro semanas.
Cronograma e grupos prioritários
1ª etapa: de 12 de abril até 10 de maio
Crianças acima dos 6 meses e menores de 6 anos – 765.827
Gestantes e puérperas – 117.541
Trabalhadores da saúde – 361.210
Povos indígenas - 30.347
2ª etapa: de 11 de maio até 8 de junho
Pessoas acima dos 60 anos – 2.143.707
Professores – 141.254
3ª etapa: de 9 de junho até 9 de julho
Pessoas com comorbidades – 777.224
Pessoas com deficiência permanente – 399.436
Caminhoneiros – 111.289
Trabalhadores de transporte coletivo – 42.831
Trabalhadores portuários – 4.051
Forças de segurança e salvamento – 31.489
Forças Armadas – 38.899
Funcionários do sistema prisional – 4.881
População privada de liberdade – 40.099