Porto Alegre está no pódio das capitais brasileiras que mais vacinaram a população, em termos proporcionais, contra a covid-19. Um levantamento realizado por GZH com 26 prefeituras e o Distrito Federal revela que os gaúchos ocupam a terceira posição no ranking nacional, levando-se em conta as informações disponíveis na tarde desta terça-feira (6). Foi beneficiado o equivalente a 17,5% da população porto-alegrense com a primeira dose, o equivalente a 259,8 mil pessoas, até as 17h.
Em primeiro lugar aparece Belém, no Pará, com 22,4% dos habitantes incluídos na campanha de vacinação. Em segundo vem Vitória, no Espírito Santo, com 17,7% entre o universo de moradores estimado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para 2020 (utilizado como critério para o cálculo dos percentuais).
A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Porto Alegre divulgou notas, anteriormente, informando que liderava o ranking nacional. O setor de Vigilância em Saúde do município esclarece que leva em consideração apenas as capitais que mantêm “vacinômetros” atualizados com regularidade para consulta via internet. Por isso, é possível que nem todas as cidades entrem na contabilidade.
Além disso, o andamento das campanhas é bastante dinâmico e pode haver alterações na ordem dos campeões de imunização de um dia para o outro. Também pode ocorrer uma maior demora no registro das doses aplicadas em determinados locais e momentos. Essa defasagem costuma ser ainda mais intensa quando se leva em consideração o painel oficial do Ministério da Saúde — por isso, GZH optou por buscar informações nos sites ou redes sociais oficiais dos municípios ou diretamente com as prefeituras.
O levantamento indica que 6,2 milhões de moradores das capitais já receberam pelo menos a dose inicial contra o coronavírus, o que resulta em uma média nacional de 12,3% dos habitantes das principais cidades brasileiras. O diretor da Vigilância em Saúde da SMS, Fernando Ritter, afirma que a gestão da Saúde em Porto Alegre procura monitorar a posição aproximada em relação a outras localidades do país como um dado a mais para ir moldando a melhor estratégia de vacinação.
— Para nós, o importante não é tanto ser o primeiro ou o segundo do ranking, mas saber que estamos entre os que mais vacinam. Se cairmos lá para o 15º lugar, saberemos que é preciso mudar alguma coisa. Nosso objetivo é vacinar o maior número possível de pessoas no menor tempo — afirma Ritter.
O diretor da SMS avalia que o bom desempenho relativo dos gaúchos, embora de maneira geral todo o país sofra com a escassez de imunizantes encaminhados pelo Ministério da Saúde para impor um ritmo mais acelerado, se deve a medidas como a ampliação do número de pontos de aplicação.
— Ampliamos para 38 unidades (de imunização), além de pontos de drive-thru e cerca de 20 farmácias. Isso ajuda a diluir o público, dá mais agilidade e evita aglomerações — observa Ritter.
Mesmo assim, de maneira geral, as capitais brasileiras ainda estão longe de alcançar os patamares mínimos apontados por especialistas para atingir a imunidade coletiva e, com a manutenção de medidas preventivas como distanciamento e uso de máscara, frear o avanço da pandemia. O patamar considerado suficiente para criar uma barreira ao vírus é de cerca de 70% da população.
Por esse parâmetro, Porto Alegre ainda precisa quadruplicar o número de vacinados e, além disso, garantir a eles a segunda dose para completar o esquema de imunização. Pela média de todas as capitais brasileiras, é preciso ampliar em quase seis vezes o universo de pessoas beneficiadas pelas campanhas para conter a pandemia.
*Colaborou Karine Dalla Valle