A vacinação de pessoas com comorbidades deve ser escalonada e começar pelos doentes mais vulneráveis à covid-19, afirma o presidente do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Rio Grande do Sul (Cosems-RS), Maicon Lemos.
Apesar de as orientações definitivas dependerem de diretriz do governo federal, secretários municipais da Saúde já discutem a logística da vacinação do maior grupo prioritário, que virá após a imunização de idosos.
Entre as doenças que fazem parte da lista de comorbidades, segundo o Plano Nacional de Imunização (PNI), estão diabetes mellitus, pneumopatias crônicas graves, hipertensão, problemas de coração, doença cerebrovascular, doença renal crônica, anemia falciforme, obesidade mórbida, síndrome de down, HIV e cirrose hepática.
O presidente do Cosems avalia que a vacinação começará com as doenças que mais trazem risco para o paciente diante do coronavírus, como hipertensão, diabetes e doenças pulmonares. Lemos também diz que a discussão entre secretários municipais da saúde é de que a comprovação da doença será feita por atestado médico ou receita de uso continuado de medicamentos.
— Provavelmente haverá escalonamento, partindo de hipertensos, diabéticos e pacientes com problemas respiratórios. Será o maior público a ser vacinado. Na saúde pública, os pacientes, além disso, são cadastrados, o que ajuda — afirma.
Questionado sobre a possibilidade de falsificação de atestados ou receitas, Lemos destaca que o médico que fizer isso comete infração.
— Além de incorrer na ética profissional, emitir um laudo para um paciente que não tenha uma doença incorre em investigação quanto à atuação profissional — diz.
No Rio Grande do Sul, das 5 milhões de pessoas que constituem os grupos prioritários, 1,1 milhão são pessoas com comorbidades. No Brasil, representam 17,8 milhões dos 77,2 milhões de prioritários.
Segundo o PNI, dos 29 subgrupos prioritários da vacinação, as pessoas com comorbidade ficam em 14º lugar, logo após aquelas com idades entre 60 e 64 anos. Neste momento, o Rio Grande do Sul vacina o 12º subgrupo: idosos de 65 a 69 anos.