A Dinamarca e outros oito países anunciaram suspensão nesta quinta-feira (11) da vacina de Oxford "depois dos informes de casos graves de formação de coágulos de sangue em pessoas que foram vacinadas", anunciou a Agência Nacional de Saúde dinamarquesa, antes de destacar que, "por enquanto, não se pode concluir que tenha uma relação entre a vacina e os coágulos de sangue".
Já a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) ressaltou, também nesta quinta-feira, que o imunizante, produzido pela farmacêutica AstraZeneca, pode ser usado enquanto se investigam os casos de coágulos que levaram a uma trombose. Essas reações cardiovasculares "não são classificadas como efeitos colaterais" do imunizante, afirmou a agência.
"O número de casos de trombose entre as pessoas vacinadas não é superior ao número de casos observados na população em geral", indicou a agência, que responde por 27 países da UE, assim como a Noruega, Islândia e Lichtenstein.
"A posição do comitê de segurança da EMA (...) é de que os benefícios continuam, superando os riscos e a vacina pode continuar sendo administrada, enquanto a investigação de casos de eventos tromboembólicos está em curso", disse a EMA, horas depois de Noruega, Dinamarca e Islândia anunciarem a suspensão preventiva da imunizante.
— Na Noruega, estamos dando uma pausa na vacinação com a AstraZeneca — disse um alto funcionário do Instituto Nacional de Saúde Pública, Geir Bukholm, em entrevista coletiva. —Estamos à espera de informações, para ver se há uma relação entre a vacinação e este caso de coágulos — completou.
— É o princípio da precaução — destacou Bukholm.
Na segunda-feira, a Áustria anunciou que interrompeu a administração de um lote de imunizantes produzidos pelo laboratório anglo-sueco após a morte de uma enfermeira de 49 anos que sucumbiu a "graves distúrbios de coagulação", poucos dias depois ser vacinada.
Outros cinco países europeus - Itália, Estônia, Lituânia, Letônia e Luxemburgo - suspenderam imediatamente a vacinação com doses desse lote, que foi entregue a 17 países e incluía um milhão de vacinas.
A AstraZeneca, que desenvolveu a vacina junto com a Universidade de Oxford, defendeu a segurança do produto.
— A segurança da vacina foi estudada profundamente em testes clínicos de Fase 3 e os dados (...) confirmam que, no geral, a vacina foi bem tolerada — disse à AFP um porta-voz do grupo.
Por sua vez, o governo britânico também afirmou que a vacina é "segura e eficaz".