O Instituto Serum, responsável pelo repasse das vacinas de Oxford/AstraZeneca contra a covid-19 produzidas na Índia, deve atrasar a entrega de imunizantes ao Brasil nas próximas semanas. A informação foi confirmada em uma carta obtida pelo jornal indiano Times of India, que teria sido enviada pelo Serum ao país e para Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
No documento enviado ao Brasil, Marrocos e Arábia Saudita, o gerente da Serum, Adar Poonawalla, informou que há um "atraso indefinido" no envio dos imunizantes, mesmo que os países tenham fechado acordos de compra. O Brasil adquiriu 12 milhões de doses da AstraZeneca/Oxford com a Índia, sendo que apenas 4 milhões foram entregues até o momento.
"O Serum assinou acordos adicionais fora do escopo original com a AstraZeneca. Por conta da ampliação, aumentamos nossa produção. Infortunadamente, um incêndio em um dos nossos prédios causou obstáculos na nossa capacidade produtiva", alegou o instituto, em trecho divulgado pelo Times of India.
O Instituto Serum tem a licença da Oxford/AstraZeneca para a produção e distribuição do imunizante. Ainda de acordo com o Times of India, o laboratório informou que a demanda local também interferiu no atraso.
O cronograma mais recente do Ministério da Saúde, divulgado no dia 14 de março, prevê a entrega de 2 milhões de doses importadas da Índia por mês, entre abril e julho - totalizando os 8 milhões faltantes.
A Fiocruz foi procurada por GZH, que não teve retorno até publicação desta reportagem.