O Rio Grande do Sul bateu, ao longo desta quarta-feira (10), novos recordes de pacientes hospitalizados pela covid-19, tanto em leitos de unidade de tratamento intensivo (UTI), quanto em leitos clínicos. Já são 31 dias com aumentos consecutivos no total de hospitalizados pela doença em UTIs.
No fim da tarde desta quarta, o Estado passava dos 2.327 pacientes com covid-19 em leitos intensivos — na véspera, eram 2.255. Há um mês, esse número era três vezes menor, com 783 pessoas nessas condições.
A situação nas UTIs é duas vezes mais grave do que os piores momentos da pandemia ao longo de 2020. Esse indicador atingiu o pico, no ano passado, em 25 de dezembro, com 986 pessoas com confirmação de covid-19 em unidades de terapia intensiva.
Ainda que o agravamento nos números de UTI não dê trégua há mais de um mês, a última semana mostra uma desaceleração na piora do cenário. Em outras palavras, o total de pacientes com covid-19 em UTIs segue piorando, mas não tão rápido.
A epidemiologia Lucia Pellanda, reitora da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), diz que a desaceleração pode ser consequência positiva das medidas de restrição aplicadas há duas semanas no Estado. A outra explicação possível, diz a epidemiologista, é que o total de internados em UTIs pode estar subindo mais devagar nos últimos dias porque alguns hospitais já colapsaram e não conseguem receber novos pacientes.
— Uma das informações mais importantes neste momento é o tamanho da lista de espera por leitos de UTI no Estado. Se soubermos isso teremos mais noção se o cenário começou a melhorar ou ainda está piorando. É preciso também ficarmos atentos aos leitos clínicos — diz a epidemiologista.
Recorde de internados em leitos clínicos
O Rio Grande do Sul também atingiu o maior número de pessoas com covid-19 internadas em leitos de baixa e média complexidade. No fim da tarde desta quarta eram 5.160 pacientes nessa situação, já com confirmação da doença.
Esse indicador cresceu cinco vezes no intervalo de 30 dias. Em 8 de fevereiro, eram 963 pessoas nessa condição.
O Estado também bateu recorde, nesta quarta, no total de internados. Esse indicador contabiliza os pacientes hospitalizados com confirmação e com suspeita da doença, em todos os leitos. São 8,6 mil pessoas, atualmente, nesse cálculo. Há um mês, eram 2,3 mil.