A Universidade Federal de Pelotas (Ufpel) anunciou nesta segunda-feira (11) a volta da coleta de dados em nove cidades do Rio Grande do Sul da prevalência de infecção pela covid-19. Serão realizadas duas etapas – a primeira marcada para os dias 5 a 8 de fevereiro e a segunda para o início do mês de abril.
A extensão da pesquisa foi possível após a entrada de recursos do programa Todos pela Saúde, que reúne entidades e empresas privadas.
O estudo, que já teve oito fases no Estado, irá utilizar agora um novo teste de detectar com mais eficiência infecções antigas. O material, desenvolvido pela Universidade do Rio de Janeiro, tem eficácia de 94% para identificar anticorpos do coronavírus após cinco meses da infecção. Em um comparativo, o teste rápido que vinha sendo usado nas etapas anteriores tem uma sensibilidade de 85% neste mesmo período.
O coordenador geral da Epicovid19, Pedro Hallal, ressalta que a utilização deste novo teste será fundamental para observar o comportamento da doença.
— Vivemos um momento diferente da pandemia e com esse teste poderemos localizar pessoas que tiveram a doença há mais tempo. Nas primeiras fases, o teste que utilizávamos era suficiente, pois vivíamos os primeiros meses da doença. Agora, vamos ter condições de observar um número maior de infectados — explicou Hallal.
O funcionamento da pesquisa segue o mesmo: entrevistadores coordenados pelo Instituto de Pesquisa e Opinião (IPO) visitam as casas de 4,5 mil famílias em nove cidades gaúchas, para convidar os moradores a realizar os testes e responder a um breve questionário sobre ocorrência de sintomas e acesso a serviços de saúde.
Os municípios serão os mesmos das fases anteriores - Pelotas, Porto Alegre, Canoas, Caxias do Sul, Passo Fundo, Santa Maria, Ijuí, Santa Cruz do Sul e Uruguaiana.
Na última fase realizada no Rio Grande do Sul, o estudo mostrou que um a cada 72 moradores tiveram contato com o vírus. A expectativa dos pesquisadores é ter uma proporção muito superior nesta nova etapa.
— Vamos ter números muito maiores agora. A última fase foi em setembro e depois disso tivemos um grande avanço da doença. Com certeza, vamos dobrar a projeção de casos que encontramos até então — afirmou o coordenador Pedro Hallal.
Com a coordenação da Ufpel, a pesquisa mobiliza ainda uma rede de doze universidade públicas e privadas em todo o estado: Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA); Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos); Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc); Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí); Universidade Federal de Santa Maria (UFSM); Universidade Federal do Pampa (Unipampa/Uruguaiana); Universidade de Caxias do Sul (UCS); IMED e Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS/Passo Fundo), Universidade de Passo Fundo (UPF) e Universidade La Salle (Unilasalle).