Uma das maiores dúvidas em relação às infecções por coronavírus são os sintomas que permanecem no organismo mesmo após a recuperação. Em entrevista ao Gaúcha Atualidade desta terça-feira (12), na Rádio Gaúcha, a médica intensivista Helen Valentim, do Hospital Mãe de Deus, afirmou que não há medicação que reverta os quadros, e que a melhor orientação é aguardar a normalização gradualmente. O hospital da Capital está inaugurando um serviço de recuperação pós-covid-19.
— Conforme a gravidade da doença inicial, a pessoa pode permanecer com os sintomas durante meses. Há relatos de pessoas que ficaram por mais de seis meses com a persistência dos sintomas. (...) Não temos medicação que reverta isso, (a recuperação) se dá com o tempo — disse a intensivista, que coordena a equipe que atua contra a pandemia na instituição de saúde.
De acordo com Helen, o perfil de quem deve utilizar o serviço são aqueles que não precisaram de internação ou foram internados em outros lugares e apresentam alguns sintomas persistentes. Os principais sintomas ainda sentidos por quem já passou pelo coronavírus são falta de fôlego, cansaço, fraqueza muscular, perda de olfato e de paladar, ainda segundo a médica.
— Quanto mais sintomas a pessoa teve, maior é o tempo que os sintomas permanecem no organismo. (...) Muitas pessoas que não tinham doenças anteriores (à covid-19) podem ter tido alguma mudança após o coronavírus.
A orientação, segundo Helen, pacientes que se recuperaram da covid-19 mas que ainda sentem os sintomas da doença devem buscar a realização de uma avaliação médica, pois mesmo quem não precisou de internação pode ter a saúde afetada de alguma forma.
— A gente tem visto inclusive sintomas relacionados a questões de ansiedade, distúrbios do sono, principalmente porque essa doença mexe muito com a saúde emocional das pessoas — ressaltou.