Chamada de E484K, uma mutação foi encontrada por cientistas no coronavírus há dois meses, na África do Sul. A alteração se espalhou para outras 12 nações, e estudiosos, agora, afirmam que ela pode diminuir a eficácia das vacinas contra a covid-19. As informações são da CNN.
Essa nova variante se mostra capaz de escapar de alguns anticorpos induzidos pelos imunizantes que estão em uso no momento. Alex Sigal, virologista do Africa Health Research Institute, afirma "estar preocupado", mas ressalta que mais estudos precisam ser realizados para confirmar se a vacina é menos eficaz contra essa nova cepa.
De acordo com a CNN, com base nos estudos feitos até agora, os pesquisadores dizem duvidar que a mutação torne as vacinas contra o coronavírus inúteis. Contudo, creem na possibilidade de a alteração — sozinha ou em combinação com outras mutações — diminuir a eficácia do imunizante contra a variante.
O fato também serviu de alerta para a rapidez de transformação que o vírus apresenta, apontou Andrew Ward, virologista estrutural da Scripps Research em La Jolla, entrevistado pelo portal norte-americano:
— Esse vírus pode estar dando os primeiros passos em um caminho bastante longo em direção à resistência à vacina.
Novos desafios
Os imunizantes que estão em uso agora tiveram como grande trunfo acertar em cheio a fórmula para que o organismo humano fosse capaz de produzir anticorpos contra a covid-19. Porém, desde o início dos testes, que ocorreram no verão e no outono do hemisfério norte, partes do vírus se modificaram.
Para testar essas novas alterações, pesquisadores do Fred Hutchinson Cancer Center, em Seattle, nos Estados Unidos, examinaram o plasma de pacientes que se recuperaram do coronavírus para aferir se seus anticorpos conseguiram ter forças para combater o E484K e outras mutações. Segundo a CNN, o resultado dessa análise evidencia que essa mutação desafia a capacidade de alguns anticorpos de neutralizar o vírus.
Além dessa pesquisa, os cientistas passaram a testar, recentemente, essa mutação contra anticorpos criados por vacinas.