O governador Eduardo Leite se manifestou, nesta quinta-feira (28), contra uma eventual aquisição de vacinas contra a covid-19 por parte de empresas privadas. O chefe do Executivo gaúcho destacou que, como há falta de imunizantes, as doses existentes devem ser destinadas aos grupos prioritários e não a quem puder pagar mais:
— Até que haja fluxo assegurado de vacinas para atender aos grupos prioritários por meio do SUS, é errado pensar em vacinas compradas pela iniciativa privada. A vacina tem que ir não para quem pode pagar, mas para que mais precisa, e é o sistema público que coordena isso. Não estou dizendo que precisa vacinar todo mundo primeiro, mas é importante seguir uma ordem de prioridades de interesse coletivo — avaliou o governador.
Como há falta de vacinas e insumos no mercado, especialistas da área de saúde avaliam que a possibilidade de empresas adquirem doses para a vacinação de seus empregados poderia levar a uma escassez ainda maior dos imunizantes para a distribuição pública a grupos prioritários.
Um grupo de empresas procurou o governo federal em busca de autorização para importar 33 milhões de doses de vacina AstraZeneca/Oxford para imunização de funcionários. Parte da compra seria doada ao SUS.
No dia seguinte, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o governo é a favor da aquisição de doses. Especialistas em bioética e em vacinação ouvidos por GZH são contrários à aquisição de vacinas por empresas privadas.