A secretária estadual da Saúde, Arita Bergman, afirmou nesta segunda-feira (14) que a ampliação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em Pelotas não deve ter efeito, nesta semana, no modelo de distanciamento controlado. O aumento no número de vagas é o principal argumento de prefeitos do sul do Estado na tentativa de reverter a bandeira preta na região — conforme mapa preliminar divulgado na sexta-feira (11).
Em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, Arita explicou que, mesmo com o acréscimo dos leitos previstos para o meio da semana, a ocupação nos últimos dias extrapolou a capacidade instalada. Questionada se o reforço poderia alterar a situação da bandeira preta na região de Pelotas, a secretária respondeu:
— Para a próxima semana sim.
A ampliação dos leitos é a principal argumentação da Associação dos Municípios da Zona Sul (Azonasul) no recurso para o governo do Estado reconsiderar a classificação em bandeira preta. O entendimento dos municípios é de que Pelotas terá aumentada a capacidade para atender pacientes em estado grave. Outro ponto citado é a proximidade do Natal.
O reitor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), epidemiologista Pedro Hallal, acredita que esse é o momento de a região ter medidas mais duras no enfrentamento à covid-19. Segundo Hallal, o argumento da ampliação de leitos é aceitável, mas ele acredita que as cidades devem respeitar as regras do Estado em relação ao modelo de distanciamento controlado.
— O argumento do aumento de leitos tem que ser levado em consideração. A questão é que tivemos um aumento de casos absurdo e precisamos controlar essa situação de alguma maneira.
A prefeitura de Pelotas anunciou na semana passada a ampliação no número de leitos de UTI para atendimento de pacientes suspeitos e confirmados com covid-19. As novas vagas hospitalares funcionarão a partir desta semana na Santa Casa de Misericórdia e vão garantir que o município passe a contar com 30 leitos de UTI Covid.