A nova cepa do coronavírus é "entre 50% e 74%" mais contagiosa, afirmou um estudo médico divulgado nesta quinta-feira (24), que alerta sobre as consequências da variante na mortalidade no Reino Unido.
"De acordo com os dados preliminares disponíveis", a variante da Sars-CoV-2, suspeita de ter causado um grande aumento no número de casos no sudeste da Inglaterra nas últimas semanas, "poderia ser entre 50% e 74% a mais contagiosa", informou o biólogo Nick Davies, da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres (LSHTM), um dos autores da pesquisa.
A estimativa, divulgada na internet e ainda não confirmada por nenhuma revista científica, coincide com a de "50% a 70%" informada na segunda-feira (21) em entrevista coletiva de cientistas que assessoram o governo britânico.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, falou no fim de semana passado sobre uma transmissão 70% maior, e as autoridades informaram à Organização Mundial da Saúde (OMS) que a nova cepa é entre 40% e 70% mais transmissível.
Detectada pela primeira vez em setembro no Reino Unido, esta variante chamada VOC 202012/01 carrega 22 mutações no genoma da covid-19. Uma delas afeta a proteína spike do coronavírus, com a qual o vírus se agarra às células humanas para penetrá-las, facilitando as contaminações.
Os pesquisadores do LSHTM "não encontraram elementos no momento que indiquem que as pessoas infectadas com esta mutação têm um risco maior de serem hospitalizadas ou morrer".
Embora a nova cepa não seja mais perigosa do que as anteriores, o provável "aumento significativo" no número de casos pode afetar o número de mortos, que pode "ser maior em 2021 do que em 2020", informa o estudo.
As autoridades britânicas já anunciaram, no último fim de semana, novas restrições, como mais um confinamento em Londres e no sudeste da Inglaterra.