Presidente da Sociedade Brasileira de Virologia, Fernando Rosado Spilki defendeu, na noite desta terça-feira (10), que as vacinas devem ser o "mote principal" de governos no mundo no combate ao coronavírus. Spilki também lamentou a morte de um voluntário da vacina CoronaVac, que teria cometido suicídio, e afirmou que torce para que os estudos do medicamento sejam retomados o mais rápido possível pela Anvisa.
— As vacinas têm que ser o mote principal de ação do governo. Deveria ser um ponto de consenso para várias esferas de governo, deveríamos estar enxergando um inimigo comum terrível. O vírus, no Rio Grande do Sul, já matou mais pessoas do que dez anos da Revolução Farroupilha. Esperamos que a ciência e os governos possam oferecer da forma mais rápida possível essa ferramenta para que a sociedade possa encontrar de novo um grau de normalidade - disse o presidente em entrevista ao programa Estúdio Gaúcha.
O presidente também lamentou que a morte do voluntário tenha sido politizada. Spilki disse ainda que precisa entender melhor o "processo de comunicação" para avaliar como a Anvisa conduziu as informações em relação a suspensão dos testes com a vacina:
— O que é importante sempre nessas comunicações, ao nosso ver, é que elas venham o mais completas possível para a sociedade, efetivamente com as causas que levaram a interrupção, e que seja elucidado da maneira mais rápida possível (o motivo) para evitar esse tipo de confusão que ocorre e o uso inadvertido (do tema) político, um tipo de discussão que não contribui em nada.
Para Spilki, "em uma perspectiva bastante otimista", a vacina deve sair em meados do primeiro trimestre do ano que vem e início do segundo trimestre:
— Estamos chegando perto, não só no Brasil mas em outros países do mundo, do final do recrutamento das últimas pessoas em testes que começam a ser vacinadas agora. Os últimos resultados devem sair entre dezembro e janeiro. E precisamos valorizar que várias vacinas vêm sendo testadas ao redor do mundo.