Depois de atingir 61 casos positivos de covid-19 dentro do estudo de fase três da vacina experimental desenvolvida pela Sinovac e testada no Brasil pelo Instituto Butantan, de São Paulo, os primeiros resultados sobre a eficácia do imunizante devem ser divulgados no começo de dezembro, anunciou Dimas Covas, diretor do Butantan, em entrevista imprensa realizada nesta segunda-feira (23).
Conforme o governo de São Paulo, a expectativa é ter, no início de janeiro, 46 milhões de doses prontas aguardando autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para começar a aplicação na população.
— Dissemos que o estudo clínico estava muito próximo de chegar ao número de pessoas com covid-19 para permitir a sua abertura. Pois esse número mínimo de 61 aconteceu na semana passada. Autorizamos a abertura do estudo e, hoje (segunda-feira), já estamos com 74 (casos). A análise deve ter os resultados na primeira quinzena de dezembro — afirmou Covas.
Nessa pesquisa, a primeira análise sobre a eficácia do imunizante precisava ter 61 participantes infectados para que os dados fossem abertos. Essas informações sobre os infectados ficam sob responsabilidade de um comitê internacional, que faz um acompanhamento independente da pesquisa. Cabe a ele notificar o Butantan quando forem atingidos os 61 casos e também avaliar se os dados preliminares serão divulgados.
Na semana passada, 120 mil doses desembarcaram em São Paulo e, nos próximos dias, está previsto o início do processo de importação da matéria-prima. Para fim de dezembro e começo de janeiro de 2021, a estimativa é contar com 46 milhões de doses.
— É uma notícia importantíssima e se associa a outros pontos que já anunciamos, que é a disponibilidade da vacina, que já começou a chegar ao Brasil. Portanto, estamos muito próximos de ter uma vacina disponível para o Programa Nacional de Imunização poder começar a vacinação. Contamos com a colaboração da Anvisa e do Ministério da Saúde — comemorou Covas.
Bastante otimista, o secretário da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, acredita que o imunizante comece a ser disponibilizado já nos primeiros meses de 2021:
— A expectativa é de que no mês de janeiro a Anvisa tenha aprovado a CoronaVac. Isso vai fazer com que a ela seja a primeira disponível para a população.