O diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, avaliou, nesta sexta-feira (4), que a potencial vacina russa para a covid-19, chamada Sputnik V, pode ser categorizada como candidata.
— A vacina russa agora pode ser categorizada como candidata — disse em entrevista à GloboNews, citando as possíveis vacinas produzidas pela Universidade de Oxford e pelas empresas chinesas Sinovac e CanSino como outros exemplos que também estão na terceira fase de estudos clínicos.
Estudo publicado na revista The Lancet nesta sexta-feira (4) diz que a Sputnik V é segura e foi capaz de criar anticorpos contra o coronavírus. Kfouri explicou que o estudo que reuniu as fases 1 e 2 concluído na Rússia credencia agora a Sputnik V para testes mais avançados, de fase 3, que vão medir a eficácia do potencial imunizante.
Sobre o tempo de imunização que a Sputnik V pode oferecer, Kfouri afirmou que é improvável que os cientistas russos conseguirão essa informação em tempo hábil para a eventual aprovação da vacina.
— Vamos licenciar vacinas nesse cenário de pandemia sem todas as informações completas, uma delas é esse período de imunização. Para preencher todos as informações que precisamos, esperaríamos quatro, cinco anos — acrescentou.
Kfouri ainda disse que a vacina russa apresenta uma diferença em relação às outras candidatas contra o coronavírus que utilizam o método de vetor - nesta técnica, é injetado no corpo humano uma pequena quantidade de um vírus para que o sistema imunológico crie anticorpos contra o organismo intruso. Segundo o especialista, a Sputnik V usa dois vírus diferentes como vetores, um em cada dose. A estratégia é diferente, por exemplo, da adotada por Oxford, que usa um único vírus como vetor nas duas doses da vacina.