Os primeiros dados do estudo de uma vacina tríplice viral contra a covid-19, realizado em Santa Catarina, mostram a redução dos sintomas do coronavírus nos voluntários da pesquisa, sendo que 83% dos vacinados que se infectaram foram assintomáticos. Já entre os que tomaram placebo, 50% dos participantes disseram não ter sentido nada.
Os resultados preliminares do estudo desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e do Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação de Santa Catarina (Fapesc), foram divulgados nesta quarta-feira (30).
Segundo o coordenador do projeto, o médico Edison Fedrizzi, nessas primeiras semanas foi percebido um alto percentual de pessoas infectadas, gerando os dados iniciais da pesquisa. A primeira parcial mostra maior número de pessoas sem sintomas entre os que receberam a tríplice viral.
— Isso nos dá uma evidência, ainda longe de ser definitiva, de que essa vacina realmente pode proteger contra a evolução da infecção ou mesmo a sua prevenção — analisa.
O estudo começou há 45 dias. Nos primeiros 30 dias, foi realizado o cadastramento de todos os voluntários. A primeira turma a participar envolve 400 profissionais da saúde da Grande Florianópolis.
Os resultados parciais deverão ser divulgados todos os meses. Já a conclusão da pesquisa está prevista para o final de dezembro. O estudo da tríplice viral recebeu cerca de R$ 100 mil da Fapesc para desenvolvimento.
A vacina MMR, conhecida como tríplice viral, previne contra sarampo, caxumba e rubéola. A imunização já faz parte do calendário vacinal no país e não tem contraindicação.
Estudos preliminares apontam que a vacina ativa o sistema imunológico, podendo proteger até contra o coronavírus e reduzir o seu impacto no organismo.