Na esteira da covid-19, proliferam-se pelo Brasil equipamentos destinados a combater a pandemia e a ajustar antigos hábitos ao novo mundo criado pela doença.
A tecnologia antivírus inclui desde dispositivos mais simples e de uso pessoal, como afastadores criados para facilitar o uso de máscara durante exercícios, até câmeras que medem a temperatura de várias pessoas ao mesmo tempo, calculam o grau de lotação de um ambiente ou controlam o acesso por meio de reconhecimento facial em vez de sistemas de biometria — e podem liberar passagem somente se o visitante estiver usando máscara.
Desde a chegada do novo vírus, uma série de equipamentos vem se multiplicando em espaços como condomínios, escolas, shoppings e escritórios, entre outras áreas de convívio. Para dar conta dessa demanda, empresas passaram a lançar novas linhas de produtos voltadas a materiais inovadores antipandemia.
O engenheiro mecânico de Porto Alegre Mateus Mello, por exemplo, começou produzindo face shields (viseiras de plástico) e depois migrou para a fabricação de dispositivos que permitem abrir portas com o pé ou o antebraço. Agora, por meio de impressoras 3D, desenvolve afastadores que moldam a máscara ao rosto de forma a facilitar a respiração durante a prática esportiva.
— Eu trabalhava desenvolvendo produtos focados em eventos. Como esse é um setor que sentiu muito o impacto da pandemia, comecei a fazer face shields de forma voluntária e, após receber vários pedidos, vi que havia uma oportunidade de negócio nessa área — afirma Mello, sócio-fundador da Provid.
Em São Paulo, a empresa Dealer Shop chegou a montar um Centro Inovador de Experiências, onde diferentes formas de aparelhos de ponta são testados. Entre eles estão câmeras capazes de medir a temperatura de várias pessoas ao mesmo tempo, identificar automaticamente se alguém está usando máscara por meio de um software específico — e, caso não esteja, bloquear o acesso dela a um ambiente ao manter trancada uma porta ou roleta —, entre outros avanços.
— Muitos lugares, como empresas, condomínios ou escolas, estão substituindo mecanismos de biometria por sistemas de reconhecimento facial porque não exigem que se toque em nada — exemplifica o diretor comercial da Dealer Shop, Rubens Branchini.
Segundo Branchini, a demanda por equipamentos desse tipo mais do que duplicou nos últimos meses e segue em tendência de alta. Confira, a seguir, alguns exemplos de como a tecnologia vem sendo utilizada para adaptar o mundo atual ao cenário pós-pandemia.
Tecnologia contra o coronavírus
Equipamentos destinados a aumentar a segurança contra a covid-19
Controle de acesso facial ou por temperatura
Câmeras contam automaticamente o número de pessoas que entram em um determinado ambiente e ajudam a controlar o acesso. Os aparelhos podem também substituir sistemas de biometria que exigem o toque do dedo em uma superfície: em vez disso, câmeras usam reconhecimento facial e podem medir a temperatura de quem chega.
Fiscalização eletrônica do uso de máscara
Câmeras ligadas a um software são capazes de identificar se uma pessoa está utilizando máscara ou não. Isso serve para aumentar a segurança de um determinado ambiente. Se o espaço for de acesso restrito, a liberação da passagem de cada pessoa pode ser condicionada ao uso do item de proteção, por exemplo. Sem isso, a cancela ou porta não abre.
Medição coletiva de temperatura
O sistema utiliza uma câmera especial para monitorar a temperatura de várias pessoas ao mesmo tempo em áreas de maior fluxo. Nesse caso, quando o mecanismo identifica que alguém está com febre, pode disparar um alerta e provocar uma abordagem à pessoa sob suspeita de estar doente.
Verificador de lotação
Um software ligado a uma câmera pode contar quantas pessoas estão em um determinado ambiente, comparar esse número com a lotação máxima permitida — geralmente menor em razão da pandemia — e calcular qual a taxa de ocupação daquele espaço em tempo real. Se o limite de acessos for atingido, pode levar ao bloqueio do ambiente.
Afastador de máscara
Uma empresa gaúcha desenvolveu um dispositivo que pode ser acoplado à máscara com o objetivo de afastá-la levemente no nariz a fim de facilitar a prática esportiva — mas sem distanciar as bordas da máscara da pele, o que poderia aumentar o risco de contaminação pelo coronavírus.
Puxador de porta
Nos últimos meses, diferentes empresas desenvolveram aparelhos que, acoplados a portas, permitem que elas sejam abertas sem o uso das mãos — mas por meio de um dos pés ou do antebraço. Dessa forma, o risco de contaminação por contato com maçanetas é reduzido.