A tentativa de um prefeito de Santa Catarina implementar um método sem comprovação científica no tratamento de pacientes com covid-19 pode ter um revés. O Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC) recomendou nesta terça-feira (4) que o prefeito de Itajaí, Volnei Morastoni (MDB), não disponibilize ozônio na rede pública de saúde municipal.
De acordo com o site NSC Total, o MP considerou que a aplicação retal de ozônio por via retal não tem comprovação de eficácia em estudos e notas técnicas da medicina. O prazo para o município acatar a recomendação é de 24 horas.
Durante transmissão de live no Facebook na noite de segunda-feira (3), o prefeito sugeriu um método inusitado para o tratamento do coronavírus: aplicação de ozônio por meio do ânus. De acordo com ele, o município foi inscrito na Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), vinculada ao Ministério da Saúde, para integrar um protocolo de pesquisa sobre a ozonioterapia.
— Serão apenas os casos positivos. Além da ivermectina, da azitromicina, da cânfora, nós também vamos oferecer o ozônio. É uma aplicação simples e rápida, de aplicação de três minutos, provavelmente por meio do reto. O cateter será fininho e terá resultado excelente. (...) Com isso, nós vamos ser autorizados a ter um laboratório de ozônio. Já estamos definindo o local e providenciando os aparelhos — disse Morastoni.
No tratamento, o paciente deveria realizar cerca de 10 sessões.
De acordo com o NSC, a prefeitura de Itajaí informou que recebeu a recomendação do MP-SC, mas que o município não irá distribuir ozônio como forma de tratamento, mas sim participar de um estudo, que iria avaliar o impacto da técnica no tratamento de pacientes com covid-19.