O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) enviou nota à redação criticando o texto "Os dois tipos de médicos" da colunista Claudia Laitano, publicado em 19 de julho. No artigo, a colunista divide a postura dos médicos na pandemia entre os que "exercitam a medicina" e os que "praticam marketing (de si mesmos, de remédios ou de preferências ideológicas)".
Na visão da entidade, é "inadmissível manifestações vazias, de meros observadores, sobre a atuação dedicada e incansável dos médicos", considerando que "a politização do vírus não partiu dos médicos" e que "esses profissionais não precisam disso para atender ou buscar alternativas viáveis para tratar seus pacientes".
Leia a íntegra da nota
"Simers repudia acusações infundadas contra os médicos
O Simers repudia veementemente o texto intitulado “Os dois tipos de médicos", escrito pela colunista Claudia Laitano e publicado recentemente no jornal Zero Hora. A jornalista afirma que, durante a pandemia da Covid-19, “os médicos têm se comportado como animadores de torcida” e que “ao chancelar opiniões sem embasamento científico, muitas vezes por mera simpatia ideológica, médicos estimularam a politização de um assunto que deveria permanecer protegido das paixões, dos leigos e dos espertalhões”.
O Simers considera inadmissível manifestações vazias, de meros observadores, sobre a atuação dedicada e incansável dos médicos. Eles são profissionais capacitados tecnicamente, com vivência cotidiana em todos os aspectos da saúde, na batalha contra essa pandemia, as comorbidades diversas e as gestões que controlam o sistema de saúde.
A entidade médica não pode ficar silente diante de afirmações infundadas, de meros espectadores que, de longe e blindados de qualquer problema ou risco, sem atuação efetiva neste momento de total fragilidade na saúde, sob todos os aspectos, “jogam para a torcida a tática que não faz parte do ambiente médico”. Afinal, distorção de fatos, e responsabilização de outrem pelo o que se faz pode ser considerado injúria e, ainda, de certa forma, difamação. Isso, não podemos aceitar. Podemos, sim, considerar uma violência contra os profissionais da saúde.
É importante observar que o médico não tem tempo, condições e não é da sua função atuar como “animadores de torcida”, pois a saúde das pessoas é muito maior e mais importante para esse profissional. A politização do vírus não partiu dos médicos. Esses profissionais não precisam disso para atender ou buscar alternativas viáveis para tratar seus pacientes. Eles não precisam de votos, audiência ou espectadores.
Os médicos trabalham com base na ciência, evidências e controles cabíveis. Precisam, apenas, ter autonomia e, com o consentimento informado do paciente, conforme ditames do Código de Ética Médica, desenvolver as atividades que lhes competem, de acordo com suas convicções profissionais e legislações afins.
O Simers mantém seu forte trabalho em defesa dos médicos, repudiando veementemente qualquer manifestação imprópria e contrária à realidade dos fatos. Os médicos não são, de forma alguma, “animadores de torcida”. Eles são os verdadeiros jogadores, que disputam o jogo mais importante de todos: o jogo em defesa da vida. E não só ele, como todos, torcemos para que a população saia vitoriosa."