Seis meses após decretar emergência mundial, o Comitê de Urgência da Organização Mundial da Saúde (OMS) se reúne nesta sexta-feira (31), pela quarta vez, para avaliar a situação da pandemia do coronavírus, que continua se espalhando de maneira preocupante pelo mundo — até agora, mais de 17 milhões de pessoas foram infectadas e mais de 660 mil foram mortas.
Formado por cerca de 20 membros e conselheiros, o Comitê pode propor novas recomendações ou modificar algumas, mas a expectativa é que mantenha a emergência internacional.
Quando a OMS declarou um alerta global em 30 de janeiro, "havia menos de 100 casos fora da China e não havia mortos" fora do país, onde a pandemia surgiu no final de 2019, lembrou o diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus, defendendo o balanço da instituição.
A OMS tem sido amplamente criticada por ter demorado a decretar o estado de emergência, após o informe sobre o coronavírus pela primeira vez na China. Os Estados Unidos, que acusaram a organização de ser uma "marionete" da China e até de ter sido "comprada" por Pequim, iniciaram em julho sua retirada da instituição.
A organização também tem sido criticada pelas recomendações consideradas tardias, ou contraditórias, sobretudo, no que diz respeito ao uso da máscara, ou às formas de transmissão do vírus.
— Nossa organização reagiu imediatamente. Mobilizamos todas as nossas forças para agir e informar — reiterou a responsável técnica da célula de gestão da pandemia, Maria Van Kerkhove, em entrevista coletiva na quinta-feira (30).
Ao seu lado, o dr. Michael Ryan, responsável por situações de emergência, admitiu, no entanto, ter sido "surpreendido" pela "lentidão" na reação de alguns países com sistemas de saúde considerados sólidos.