Com mais de 30 anos de experiência, o médico e pesquisador da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Mauro Martins Teixeira, falou sobre uso da cloroquina como ferramenta no tratamento de infectados pelo coronvírus.
A entrevista, por vídeo, faz parte da série As Respostas da Ciência, um projeto multimídia que ouve pesquisadores de todo o país na luta contra o avanço do coronavírus, comandado pelo jornalista Daniel Scola.
Para Teixeira, com base nos estudos realizados até o momento, o efeito do medicamento é "muito pequeno".
— O fato de a gente não ter conseguido demonstrar um bom efeito de cloroquina até hoje significa que no máximo, no máximo, seu efeito é muito pequeno.
O médico também comparou a medicação ao Tamiflu, usado no tratamento contra o vírus Influenza H1N1.
— Ele não cura, não é todo mundo que toma e melhora. Depende do momento, se está no começo. Não é binário.
— O que acho que esse vírus tem de diferente é que encontrou uma população que não tem resposta imune. Nós não tínhamos pessoas resistes ao vírus, então o campo é muito fértil. A gravidade da doença também se dá pelos danos causados aos órgãos — aponta.
Em seu trabalho, Teixeira desenvolve pesquisas sobre inflamações causadas por doenças infecciosas, especialmente em relação a dengue. Na entrevitsa, ele destacou o trabalho de profissionais da área na busca pela cura da doença. Por ser um "processo lento", o pesquisador acredita que ainda deve levar meses para que se encontre a solução para o problema.
— As pessoas estão tentando. Eu nunca vi tanta velocidade, tanta coisa sendo produzida, testada. É um aprendizado interessante, mas é um processo lento o de se produzir vacina. Mesmo que você teste o mais rapido possivel, demora.
As Respostas da Ciência é uma série levada ao ar no programa Gaúcha+, da Rádio Gaúcha, e em GaúchaZH.