Estudos investigam se pessoas que enfrentaram a covid-19 e se curaram podem doar os anticorpos produzidos pelo organismo para ajudar outros pacientes que lutam contra a doença. Nesta segunda-feira (13), o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Denizar Vianna, explicou que o procedimento consiste em uma transfusão de plasma, fluido que compõe o sangue.
Na transfusão, que precisa ser feita com acompanhamento médico e em ambiente apropriado, a substância é retirada do corpo de uma pessoa que se curou após contrair coronavírus e injetada no paciente que ainda está contaminado. A transferência adequada faz com que os anticorpos presentes no sangue da doadora atuem contra o vírus no organismo da receptora.
— Não é um procedimento simples. Precisamos identificar qual é o melhor doador e o melhor receptor. Há toda uma preocupação com a qualidade do plasma. Porque também nós não podemos de alguma forma criar condições que possam causar danos àquele indivíduo — alerta o secretário.
A alternativa pode ser efetiva, mas ainda requer estudos e precaução antes de ser indicada para todo o país.
— O procedimento pode sinalizar um benefício, mas nós temos que olhar para os potenciais danos que podem vir com essa tecnologia. É este refinamento, avaliação crítica, que precisamos para adotar uma política pública — argumentou Vianna.
Assim como com a cloroquina, estudos emergenciais estão em andamento. Os primeiros resultados devem sair em cerca de 30 dias.
— Existem pesquisas que vão durar mais e dar respostas mais elaboradas, mas precisamos de respostas rápidas. E este compromisso, nós temos dos pesquisadores. Eles sabem que estamos diante de uma pandemia — comentou, depois de ressaltar:
— Nós, como formuladores de políticas para a saúde, temos a preocupação e responsabilidade de fundamentar todas as políticas de saúde em evidências científicas.