Com a confirmação de 487 mortos, o Brasil se tornou na terça-feira (28) o terceiro país com mais vítimas fatais em um único dia. Ficamos atrás apenas de Estados Unidos (1.337 mortos) e Reino Unido (586), segundo dados da Universidade John Hopkins e da organização Worldometers, que produz estatísticas com base em fontes oficiais de cada país.
A Itália, até então epicentro da pandemia no mundo, registrou 382 mortos na terça-feira. A França, outro país com alta incidência da covid-19, divulgou 367 vítimas fatais e a Espanha, 325.
O número de vítimas fatais por dia indica o ritmo da epidemia – quanto maior o número, mais força o coronavírus tem no momento.
Os dados mais recentes do Ministério da Saúde apontam que o país tem 71.886 casos de coronavírus e 5.017 mortos. Superamos já o total de mortes da China, onde 4.643 pessoas faleceram. No ranking da Universidade John Hopkins, o Brasil é a nona nação com mais vítimas fatais da doença do início da pandemia até esta quarta-feira (29).
O avanço do coronavírus no Brasil ocorre em meio à progressiva retomada de serviços em várias regiões do país. Os casos estão concentrados, sobretudo, em São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Ceará e Amazonas.
Hoje, os Estados Unidos têm o maior número de casos (mais de 1 milhão) e de mortos (58.355, acima do número de vítimas da Guerra do Vietnã).
O Brasil ainda tem a sexta maior taxa de letalidade (porcentagem de vítimas sobre total de doentes) do mundo, com 6,9% – atrás somente de Bélgica, França, Itália, Reino Unido e Espanha. A China, com população muito maior do que a brasileira, tem letalidade de 5,5%.
Mas é preciso fazer a ressalva de que as mortes confirmadas no Brasil não ocorreram, necessariamente, nas últimas 24 horas – muitas foram apenas confirmadas agora, mas ocorreram no passado. Além disso, o Brasil testa, hoje, apenas pessoas internadas ou profissionais da saúde com sintomas. Outros países seguem diferentes estratégias e acabam examinando mais pessoas.
A taxa de testagem a cada 1 mil habitantes é de 0,75 no Brasil e de 0,7 no Rio Grande do Sul, bem longe de Itália (29,7), Estados Unidos (16,4) e Coreia do Sul (11,6). Também abaixo de Argentina (1,1), Equador (2,65) e Colômbia (1,74), segundo cálculo de GaúchaZH comparado com dados do Our World Data, ferramenta de monitoramento de aplicação de testes PCR da Universidade de Oxford, na Inglaterra.