Após negociação com estabelecimentos comerciais e shoppings, o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, baixará um decreto nesta segunda-feira (16) em que declara situação de emergência no Estado devido ao coronavírus.
Em fase de redação final, o decreto recomenda o fechamento de lojas em shoppings, à exceção de praças de alimentação, e a suspensão de funcionamento de academias e clubes. Além disso, os principais pontos turísticos serão fechados a partir desta terça-feira (17), entre eles o Cristo Redentor, Pão de Açúcar, Museu do Amanhã e a Roda Gigante Rio Star, segundo o jornal O Globo.
Pelo acordo, restaurantes e bares deverão atender apenas a um terço da capacidade de frequentadores, priorizando a retirada de alimentos diretamente pelos consumidores ou a encomenda via sistema de delivery.
As praças de alimentação de shoppings funcionarão em regime de um turno.
— Só estará aberta a praça de alimentação, as lojas estarão fechadas. Bares e restaurantes fizeram acordo para atenderem um terço da população — afirmou.
O governador disse que o Estado colocará alto-falantes nas viaturas, apelando para que os fluminenses "voltem para casa, brinquem em casa, não saiam de casa".
— Essas medidas foram adotadas em vários países, se não adotarmos aqui vai atingir as pessoas mais velhas e deficientes — disse.
Reunido com o secretariado nesta manhã, o governador discutiu também a melhor estratégia para impedir o trânsito de ônibus de passageiros entre os municípios do Rio, evitando a proliferação da doença hoje concentrada na Capital. O governador definirá também medidas para redução de concentração de passageiros no metro.
Recomendando que a população não desafie a doença, sob pena de chorar nos leitos de morte, Witzel afirmou ainda que os governadores reivindicarão suporte financeiro ao governo Bolsonaro. Segundo Witzel, em reunião virtual, governadores decidiram pleitear a liberação de pelo menos R$ 50 bilhões, distribuídos segundo a população, como socorro aos Estados.
O governador afirmou que não há como suportar a crise de arrecadação enfrentada pelos Estados sem que a União venha a recorrer.
— A dona do cofre é a União — disse Witzel, acrescentando que "o problema não é apenas do Rio, é também do governo federal".
Witzel disse ainda que governadores vão reivindicar maior volume de recursos para saúde, além dos R$ 5 bilhões já liberados pelo governo Bolsonaro.
Para o Rio, a cota é de R$ 36 milhões.
— Estamos estimando o custo de R$ 1 bilhão. R$ 36 milhões nem dá para começar — afirmou.
O governador anunciou decisão de disponibilizar, "do pouco que temos", R$ 320 milhões para empréstimos a pequenas empresas e microempresas. O prazo de carência será de 12 meses.
Witzel disse ainda que os governadores dos maiores estados brasileiros, como São Paulo e Minas, estudam acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) em caso de descumprimento das determinações de combate ao coronavírus.