Dos R$ 30 bilhões de emendas que estão nas mãos do relator-geral do orçamento no Congresso, deputado Domingos Neto (PSD-CE), pelo menos R$ 5 bilhões serão usados em ações para combater o coronavírus e minimizar os efeitos da doença no Brasil.
O valor já estava previsto no orçamento do Ministério da Saúde para custeio de medidas em atendimentos de média e alta complexidade, mas não havia qualquer previsão de liberação das emendas. Negociação liderada pelo titular da pasta, Luiz Henrique Mandetta, vai fazer com que os bilhões sejam disponibilizados mais rapidamente. Além disso, o Ministério ficará apto a alterar o direcionamento da verba, destinando-a para o custeio de ações voltadas ao tratamento de pacientes com a covid-19 e à prevenção.
— Por favor, liberem logo (o dinheiro) para que possamos disponibilizar o atendimento a essas pessoas. Ainda hoje, para que possamos usar o dinheiro amanhã — afirmou o ministro durante sessão da comissão geral na Câmara dos Deputados, onde dava explicações sobre o plano de contingência de sua pasta.
As emendas serão usadas para compra de equipamentos de proteção como máscaras e aventais, além de contratação de novos leitos para atendimento de pacientes com coronavírus e com suspeita da doença. O governo está pensando também em colocar na rua mais ações publicitárias para prevenção da doença.
Será com parte desses R$ 5 bilhões que o Ministério planeja pagar despesas com o atendimento estendido em parte das unidades básicas de saúde do país e com a contratação de mais cinco mil médicos pelo programa Mais Médicos.
— Iremos fazer o repasse proporcional aos números de habitantes e as necessidades — explicou Mandetta.
Na avaliação do Ministério, os Estados com mais casos confirmados serão os primeiros a receber o socorro do governo federal. Por esse critério, São Paulo, que tem 30 casos, seria o primeiro da fila. O Rio de Janeiro também já acumula 13 casos confirmados de coronavírus.