A Secretaria Estadual da Saúde pediu, mas o Ministério da Saúde não vê necessidade, pelo menos por enquanto, de colocar em operação novos leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) no Rio Grande do Sul devido à epidemia de coronavírus. Antes da confirmação do primeiro caso da doença no Rio Grande do Sul, a secretária Arita Bergmann havia solicitado ao ministério compra de equipamentos e contratação de profissionais para que 105 leitos na ala recém-construída do Hospital de Clínicas passassem a funcionar. O valor orçado para isso, de acordo com a pasta estadual, é de R$ 47 milhões, incluindo a operação de outros 50 leitos clínicos.
— Não existe nenhuma decisão neste sentido. Diariamente estamos divulgando as ações do ministério para conter o vírus e, após, para a assistência dos pacientes — informou o secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo dos Reis, nesta terça-feira (10).
Gabbardo informou à reportagem de GaúchaZH que vai custear a instalação de novos leitos de UTI somente quando o ministério identificar necessidade. A maioria das pessoas que contraíram a doença no mundo apresenta sintomas leves de uma gripe e, por isso, não precisa ficar internada. Além disso, é na UTI onde pacientes mais debilitados estão, o que poderia provocar contágio mais fácil do vírus.
Até agora, nenhum Estado foi contemplado com leitos extras por causa do covid-19. Os investimentos da pasta estão concentrados no custeio de reagentes para testagem do vírus nos laboratórios centrais dos Estados, no chamamento de 5 mil médicos pelo Mais Médicos e na ampliação do atendimento em unidades básicas de saúde em cidades onde há casos confirmados. As medidas têm a ver com a tentativa de evitar superlotação em hospitais. Outras atitudes, como a divulgação de campanha publicitária para evitar transmissão do vírus, estão sendo tomadas.
O governo não divulgou o total disponibilizado para conter o coronavírus no Brasil. De acordo com o ministro Luiz Henrique Mandetta, atualmente, é possível atuar com o orçamento que a pasta tem, mas, caso a situação se agrave, será preciso novo aporte. Mandetta, que evita dar estimativa de quanto gastará para abrandar as consequências da nova doença na rede pública de saúde, já conversou com parlamentares sobre possível suplementação no orçamento do ministério.
Na sexta-feira, o Ministério da Saúde vai anunciar a liberação de 160 leitos para todos os Estados. Porém, eles serão distribuídos para o tratamento de outras doenças, em um contingente que já havia sido solicitado pelas secretarias estaduais.
Mapa do coronavírus
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