Preocupado com o avanço do coronavírus no Rio Grande do Sul, o governador Eduardo Leite disse, na manhã desta terça-feira (17), em Porto Alegre, que irá chamar entidades empresariais e sindicatos de bares, restaurantes e hotéis para definir medidas restritivas. Segundo Leite, será necessária a "colaboração de todos" para diluir o impacto da pandemia no Estado e evitar o colapso do sistema de saúde.
Leite conversou com a imprensa depois de participar do lançamento da maior rodada de conciliação de precatórios desde o início dos acordos com credores, em 2015.
— Agora volto ao gabinete e devo chamar federações, entidades, sindicatos de bares, restaurantes e hotéis, porque todos eles devem estar preparados para os impactos econômicos que isso (a pandemia) vai ter, e também vão ter de colaborar com restrições. Estamos estudando, primeiro, fazer restrições de circulação de pessoas (…), mas não ainda interrompendo as atividades, embora isso possa, em algum momento, acontecer. A gente precisa, às vezes, impor restrições, até para dar a demonstração à sociedade de que isso é grave, é sério e precisa da colaboração de todos. Então vamos conversar com as entidades do setor empresarial para buscar colaboração, porque não adianta só o poder público suspender atividades. A grande circulação de pessoas está na iniciativa privada, nesses ambientes — disse Leite.
O governador também afirmou que deverá se encontrar com o prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan, ao longo do dia, para avaliar a situação da Capital e do entorno:
— Já estamos em contato. Evidentemente, Porto Alegre e a Região Metropolitana são um foco de atuação, é onde se concentra boa parte da população gaúcha.
Sobre a possibilidade de decretar estado de emergência, como fizeram os governadores de São Paulo e do Rio de Janeiro, Leite ressaltou que nada está descartado, mas disse acreditar que é preciso cautela.
— Temos de ir na velocidade e com a responsabilidade que o momento exige. Não tenho nenhuma hesitação de tomar medidas drásticas, mas é diferente do nível de contato que se tem São Paulo. Temos de ter o cuidado de tomar medidas na proporção e nas condições de cada localidade. Mas vamos analisar a situação de Porto Alegre, da Região Metropolitana e da Serra, que é uma preocupação também, com turistas e a interação no polo metal-mecânico — antecipou o governador.