Designados pelo governo do Estado como hospitais referência para o tratamento dos casos graves de coronavírus, cinco instituições gaúchas se preparam para atender a pacientes com a doença. Além do Conceição e do Clínicas, em Porto Alegre, e do Universitário, em Canoas, foram incluídos na lista o Municipal de Novo Hamburgo e o São Vicente de Paulo, em Passo Fundo. Até o momento, o Estado contabiliza quatro casos confirmados da doença.
Ser considerado um hospital de retaguarda, vale ressaltar, não significa que a população deva procurá-lo em caso de suspeita de coronavírus. Eles são acionados para as situações de pessoas em quadro clínico mais grave, recebendo o encaminhamento desses pacientes, reforça Secretaria Estadual da Saúde (SES). A orientação da SES é de que o atendimento nos casos de suspeita seja na atenção primária do município.
Veja como os hospitais de referência estão se preparando:
PORTO ALEGRE
Hospital Conceição, do Grupo Hospitalar Conceição
Além do reforço no estoque de equipamentos de proteção individual, como máscaras, luvas e aventais, o GHC segue o plano de contingência já estabelecido para atender a demanda. Agora, afirma Francisco Paz, diretor-técnico do Grupo, está sendo organizado um novo espaço de tratamento intensivo.
— Em um primeiro momento, isso deve abrir mais 10 leitos de UTI destinados para essa finalidade.
Fora isso, a instituição tem feito reuniões periódicas para avaliar o andamento do planejamento.
— Para nós, a única coisa que mudará o posicionamento é quando houver circulação viral. O plano será alterado junto com o município — completou.
Hospital de Clínicas de Porto Alegre
Os dois novos prédios anexos do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, previstos para serem inaugurados entre final de março e início de abril, poderão ser usados antes para tratar pacientes com coronavírus.
A diretora-presidente da instituição, Nadine Clausell, colocou à disposição do Ministério da Saúde os dois novos anexos para o tratamento de pacientes com coronavírus. As obras dos prédios foram concluídas em outubro passado, mas a abertura à população ficou para este ano. Mesmo com a disponibilidade da instituição em ajudar no combate à doença, os dois prédios do Clínicas ainda não estão com infraestrutura para receber pacientes, o que depende de um alinhamento com o Ministério da Saúde e secretarias estadual e municipal, informou, em fevereiro, a diretora-presidente.
CANOAS
Hospital Universitário de Canoas
Disponibiliza dois leitos de UTI, destinados ao atendimento de pacientes graves. Se for necessário, esse número pode chegar a 12. Pacientes que não estejam em estado grave, mas necessitem de acompanhamento, terão disponíveis 10 quartos isolados. Conforme a prefeitura, há possibilidade de que esse número chegue a 50.
NOVO HAMBURGO
Hospital Municipal de Novo Hamburgo
Surpreendido com o anúncio de que o Hospital Municipal de Novo Hamburgo seria referência para o atendimento de casos graves de coronavírus, o secretário municipal de saúde de Novo Hamburgo, Naasom Luciano, afirmou que ainda não está clara a forma como os casos serão tratados.
— Sabemos que o Ministério da Saúde vai disponibilizar recursos financeiros e equipamentos. Temos nosso planejamento local, feito para atender a pacientes de Novo Hamburgo. Para ser uma referência na região, temos que discutir as formas como isso se dará na prática.
De acordo com Luciano, o Estado já solicitou cinco leitos de UTI à instituição, no entanto, ainda não há definição de prazos ou valores a serem liberados.
PASSO FUNDO
Hospital São Vicente de Paulo
Faz dois meses e meio que as equipes da instituição começaram a se preparar para receber pacientes com coronavírus. Foi realizado um treinamento com os funcionários, seguido do estabelecimento de protocolos e a definição de como seria o fluxo de entrada dos doentes.
— Temos uma área separada para os pacientes de coronavírus. Mas é preciso salientar que são pacientes em estado grave. Os demais devem procurar a rede básica de saúde e ficar em casa — reforça a vice-diretora técnica médica do São Vicente de Paulo, médica infectologista Cristine Pilati Pileggi Castro.
A unidade que receberá os infectados fica separada dos demais recintos – nem o ar-condicionado se mistura com o sistema do restante do hospital. A previsão é de que os pacientes fiquem no local por pelo menos 14 dias, prazo que pode ser ampliado para 21 dias.
*com informações de Francine Silva e Marcel Hartmann