O Ministério da Saúde já citou que o Rio Grande do Sul é um dos Estados mais vulneráveis para coronavírus por conta do inverno rigoroso e do alto número de idosos. Ao mesmo tempo, aprendeu com as experiências internacionais e com a epidemia de H1N1 de 2009, destaca a secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann. Caso pacientes precisem de atendimento de urgência, haverá um rearranjo na rede de saúde para desmarcar cirurgias eletivas e expandir a oferta de leitos.
– Estamos preparados para o cenário que temos neste momento. Não sabemos se o vírus que circulará no Rio Grande do Sul terá ou não mutação. Vamos aproveitar a capacidade instalada, temos a perspectiva concreta de abertura de novos leitos, não só clínicos, como de UTI. O Ministério da Saúde disse que, quando a rede estiver esgotada, encaminhará novos leitos – destaca a secretária.
Não sabemos se o vírus que circulará no Rio Grande do Sul terá ou não mutação.
ARITA BERGMANN
Secretária estadual da Saúde
Estrutura
O Rio Grande do Sul conta com cerca de 12,8 mil leitos clínicos (públicos e privados) e mil leitos de UTI do SUS, destinados àqueles 5% de casos graves para coronavírus. Nas vagas em UTI, porém, a lotação é de 100%, segundo Arita, o que pode pressionar o sistema de saúde. Antevendo cenário difícil, o governo pediu ao ministério mais 152 leitos de UTI e ainda trabalha para abrir instituições hoje fechadas, como os hospitais regionais de Santa Maria ou de Taquara. O novo anexo do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), ainda vazio, também pode ser aberto antecipadamente para oferecer leitos de emergência.
Capital
Em comparação a outros municípios, Porto Alegre pode ser considerada privilegiada – tem uma grande rede de hospitais e 8 mil leitos espalhados por instituições públicas e privadas, dos quais 917 são exclusivos para UTI. A ocupação atual dos dois tipos de leitos está entre 85% e 95%, segundo João Marcelo Lopes Fonseca, diretor de Atenção Hospitalar e Urgência da Secretaria Municipal de Saúde:
– Temos uma configuração peculiar em Porto Alegre, que é sermos um grande centro de complexidade médica, com 65% dos leitos do SUS no Conceição, Clínicas, Santa Casa e São Lucas. Mesmo procedimentos de alta complexidade, como circulação extracorpórea ou ventilação mecânica, conseguem ser feitos. Temos uma demanda assoberbada por conta do cotidiano, mas há um plano de contingência e mitigação para que, quando o número de casos aumentar, a demanda seja absorvida da melhor forma possível.
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