O presidente Jair Bolsonaro disse, nesta terça-feira (17), que vai ser publicado no Diário Oficial da União de amanhã decreto determinando o fechamento da fronteira com a Venezuela. A afirmação foi dada durante rápida entrevista no portão do Palácio da Alvorada.
— (vamos publicar) no Diário Oficial de amanhã a questão de fechar, em especial, a fronteira da Venezuela, que é a mais sensível. Agora, alguns acham que a palavra fechar fronteira é uma palavra mágica. Se a gente pudesse, tivesse o poder de fechar as fronteiras como muitos pensam, não teria entrada de droga nem de arma no Brasil. Temos 17 mil quilômetros de fronteira — afirmou Bolsonaro.
Mais cedo, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, afirmou que o Brasil já deveria ter fechado fronteiras e restringido voos internacionais.
Diversos aliados do presidente estão pedindo, nas redes sociais, que ele autorize o fechamento das fronteiras, assim como outros países fizeram. A Venezuela registrou, até agora, 33 casos de coronavírus, enquanto o Brasil registrou pelo menos 291. Na segunda, o presidente do país, Nicolás Maduro, decretou "quarentena total" no país. A medida prevê a suspensão do trabalho, exceto nas atividades ligadas à distribuição de alimentos, à segurança policial e militar, aos serviços de transporte e à saúde.
Amanhã tem uma portaria. Não é um fechamento total da fronteira, será mantido o tráfego de mercadorias _ disse Bolsonaro.
A atitude foi tomada, segundo o governo, para evitar o colapso do sistema de saúde de Roraima. Na segunda-feira (16), o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, pediu para que o país restringisse a circulação de venezuelanos, especialmente na cidade de Pacaraima, por onde passam cerca de 500 imigrantes por dia.
— Com a Venezuela há um vazio. Ali, do ponto de vista de saúde, é uma fronteira que eu recomendo que a gente faça restrição. Agora, nas demais, tem que analisar muito bem, caso a caso — afirmou o ministro na ocasião.
Durante a entrevista, foi comunicado que amanhã haverá duas coletivas de imprensa no Palácio do Planalto. A primeira, de acordo com o presidente, será com ministros. E a segunda será realizada por volta das 20h30 com presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, do Senado, Davi Alcolumbre, e do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli. A intenção seria mostrar a união dos poderes para enfrentar o avanço do coronavírus no Brasil.
*Com informações da Agência Brasil e da AFP