O Ministério da Saúde anunciou, na tarde desta terça-feira (17), que o Brasil tem pelo menos 291 casos confirmados de coronavírus – um aumento de 23,9% em relação a segunda-feira (16), quando havia registro de 234 casos no país. O número irá aumentar, pois nem todos os casos já confirmados foram informados ao ministério até as 16h, quando foi fechado o balanço.
Há 205 casos confirmados no Sudeste – região que concentra 70% dos casos –, 31 no Centro-Oeste, 30 no Nordeste, 23 no Sul e um no Norte.
São Paulo confirmou a primeira morte relacionada ao coronavírus. Além desse óbito, a Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo investiga se outros quatro óbitos foram causados pela doença. Os cinco casos foram registrados na mesma rede hospitalar. O nome da rede não foi informado.
No balanço do governo federal, o Rio Grande do Sul tem 10 casos confirmados, mas o número chegou a 11 na noite de segunda-feira.
— O Ministério da Saúde totaliza nas últimas 24 horas o que é informado. Ocorre com certa frequência de laboratórios particulares, hospitais particulares e as próprias secretarias informarem casos depois do horário em que fechamos o balanço, que é consolidado às 16h, mas finalizado no início da tarde — explicou o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.
Essa foi a primeira vez em que a entrevista coletiva em que a pasta informa sobre a situação do coronavírus no Brasil foi feita de forma totalmente virtual, sem a participação presencial dos jornalistas, como forma de evitar a propagação da doença.
Ao todo, 16 Estados e o Distrito Federal têm casos confirmados. A idade média dos 291 infectados é de 42 anos: 50% dos casos têm essa idade ou são mais novos. A transmissão comunitária ou sustentada — quando as autoridades de saúde não conseguem rastrear a origem da infecção – já é verificada em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Preocupação com o sistema de saúde
O ministro da Saúde afirmou que o Brasil está se preparando de maneira intensa para uma maior disseminação do coronavírus nas próximas semanas. Mandetta demonstrou, porém, preocupação quanto à capacidade do sistema público de saúde em atender a todos os casos.
— O Brasil tem um sistema de saúde minimamente consolidado em todas as cidades de grande porte, e nós estamos procurando aumentar a capacidade instalada desses sistemas. Mandamos instalar cerca de 200 leitos (30 no Rio Grande do Sul). Os Estados é que vão definir em quais hospitais colocar os equipamentos. O Brasil está sistematicamente procurando adquirir elementos para aumentarmos progressivamente os leitos em CTI (Centro de Tratamento Intensivo) — afirmou o ministro.
Mandetta explicou que espera que 80% a 85% das pessoas infectadas com coronavírus não vão necessitar de "absolutamente nada além de orientação e um dipirona, um paracetamol". Mas os 15% de pessoas restantes vão necessitar de internação hospitalar, o que é considerado um número expressivo.
— Nesse momento, nós vamos ter uma sobrecarga. Desses 15%, 4% a 5% precisam de leitos de CTI, para internações de aproximadamente duas semanas. Serão duas pessoas por leito em um mês. Serão dias de muito estresse para que cheguemos em julho melhor e em agosto ou setembro tenhamos uma situação mais confortável.
Perfil dos 291 casos
FAIXA ETÁRIA
Menos de 40 anos: 144 (50%)
De 40 a 49 anos: 50 (17%)
De 50 a 59 anos: 45 (16%)
De 60 a 69 anos: 34 (12%)
Mais de 69 anos: 12 (4%)
Não informado: seis (2%)
Idade média: 42 anos
SEXO
Feminino: 148 (51%)
Masculino: 142 (49%)
Não informado: um
Hospitalizações: 28 (10%)
Fonte: Ministério da Saúde
Mapa do coronavírus
Acompanhe a evolução dos casos por meio da ferramenta criada pela Universidade Johns Hopkins: