Além de uma morte já confirmada, a Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo investiga se outros quatro óbitos foram causados pelo coronavírus. Os cinco casos foram registrados na na mesma rede hospitalar. Ele estava na UTI do hospital Sancta Maggiore.
Em entrevista coletiva no começo desta tarde, o secretário de saúde, José Henrique Germann, informou que a primeira vítima fatal da doença no país é um homem de 62 anos, residente na capital do Estado. Ele tinha diabetes e hipertensão, o que o colocava em grupo de risco.
Segundo Germann, o homem sentiu os primeiros sintomas no dia 10 e foi internado em um hospital privado no dia 14 (sábado). Morreu às 16h desta segunda-feira (16), mesmo dia em que exame, também feito em uma instituição privada, teria confirmado a presença do coronavírus. O paciente não estava entre os casos computados nas estatísticas.
— Esperávamos que ocorressem óbitos. Estamos em uma epidemia — afirmou o secretário.
Durante a entrevista, Germann disse que nesta quarta-feira a secretaria soube de outros quatro mortes que podem ter ocorrido em decorrência da covid-19. Todos eles ocorreram na mesma rede hospitalar. Esses casos estão sendo investigados.
— Os outros quatro podem ser de outros vírus. Precisamos da análise — disse David Uip, coordenador do centro de contingência do governo do Estado de São Paulo.
O paciente que morreu não viajou recentemente. Seria, por tanto, um caso de transmissão comunitária.
— Foi uma evolução rápida da internação ao óbito. O caso desse paciente está fazendo a gente entender como se comporta a doença. Imaginávamos que o período de incubação da doença era de até 14 dias, mas a média está sendo de seis a oito dias até a doença se manifestar. Vamos sugerir ao Ministério da Saúde que diminua o tempo de quarentena de até 14 dias para 10 — afirmou o coordenador do centro de contingência.
Segundo Uip, desde a sexta-feira (13), quando foi confirmada a transmissão local do vírus em São Paulo, a pandemia oficialmente chegou ao Estado, e as medidas correspondentes a essa nova realidade foram adotadas.
David Uip disse na entrevista coletiva que a pandemia de coronavírus impactou no primeiro momento a rede privada de hospitais, que recebeu pacientes vindos de outros países. Por esse motivo, o governo não tem informação sobre pacientes internados em estado grave, mas eles seriam em torno de 30 no Estado. A informação dos cinco óbitos foi repassada a secretaria apenas na manhã desta terça-feira.
— É questão de dias, de horas, para a epidemia impactar também a rede pública — alertou Uip.
Uip disse que o governo paulista estuda utilizar hospitais apenas para atender pacientes de coronavírus. Também afirmou que não pode avaliar o atendimento do paciente que morreu, porque desconhece os detalhes do caso.
— Isso não muda nada no Estado. Não deve ser criada uma situação de pânico. As medidas atuais estão adequadas — afirmou Uip, falando sobre a primeira morte confirmada pela covid-19.
São Paulo tem 162 casos confirmados de coronavírus. Desses, 154 estão na Capital. Os outros oito são de pacientes da Região Metropolitana. No Brasil, são 234 casos confirmados.
Acompanhe a coletiva do governo de São Paulo:
Mapa do coronavírus
Acompanhe a evolução dos casos por meio da ferramenta criada pela Universidade Johns Hopkins:
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