Mesmo sem caso confirmado no Rio Grande do Sul— e em nenhum outro Estado do Brasil —, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Porto Alegre apresentou, nesta sexta-feira (7), um plano de contingência para evitar a proliferação do coronavírus na cidade. O temor é de que, em algum momento, a doença chegue ao país. Atualmente, o Ministério da Saúde monitora nove casos suspeitos, sendo três no Estado, um deles em Porto Alegre.
Os protocolos de atendimento foram detalhados a representantes dos hospitais da Capital, além de lideranças dos pronto-atendimentos e postos de saúde. Segundo o secretário municipal da Saúde, Pablo Stürmer, a intenção é fazer com que a rede esteja preparada para a doença.
— Estive em Brasília, nesta semana, e o que estamos vendo é que o coronavírus tem baixa letalidade. Mesmo assim, ele deve sobrecarregar o serviço de saúde. Talvez o problema não seja tanto o número de internações, mas a procura por atendimento — avalia.
Por conta disso, a SMS estabeleceu fluxos para cada esfera de saúde — seja hospital, pronto-atendimento ou unidade básica — quando um paciente relatar sintomas semelhantes ao vírus propagado na China.
De acordo com o coordenador de Urgências da SMS, Diego Fraga Pereira, o plano estabelece quatro níveis de alerta, conforme a evolução da doença.
— Neste momento, estamos no zero, sem nenhum caso confirmado — destaca.
O primeiro estágio será atingido se for confirmada a doença em alguma pessoa que esteve na China ou em outro país com circulação do vírus. O segundo, se a transmissão ocorrer dentro do território gaúcho. O terceiro, se passar de mil casos ambulatoriais confirmados. E, por último, se o número de pacientes com a doença atingir o limite de capacidade hospitalar da Capital, exigindo a contratação de leitos em outras cidades.
— Em todos os níveis, casos suspeitos serão, imediatamente, notificados à Secretaria Estadual da Saúde. Os pacientes devem receber máscara cirúrgica e ficar em isolamento — observa Pereira.
Para o presidente do Sindicato dos Hospitais e Clínicas de Porto Alegre, Henri Chazan, a proposta de um plano de ação é elogiável e permite a organização da rede.
— Estamos contribuindo com a prefeitura e com os demais órgãos de saúde, em diálogo permanente — afirma.
Proposta de Escalonamento Municipal
0 – nenhum caso confirmado
1 – primeiro caso confirmado de viajante
2 – primeiro caso de transmissão local
3 – transmissão sustentada
4 – limite de capacidade instalada
Situação atual
Neste momento, sem nenhum caso confirmado, a Secretaria Municipal da Saúde está atuando em cinco frentes:
- Manter alerta aos casos suspeitos, com notificação imediata e garantia de acesso prioritário.
- Coleta de secreção em todos os casos suspeitos, conforme fluxo.
- Divulgação de materiais de apoio e capacitação da rede.
- Garantir estoques de insumos.
- Comunicar diariamente casos suspeitos.