A Organização Mundial da Saúde (OMS) elevou a ameaça internacional do coronavírus para muito alta.
— O aumento contínuo do número de casos da doença causada pelo vírus, a chamada covid-19, e o aumento do número de países afetados são de clara preocupação — disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS.
— Nossos epidemiologistas estão monitorando os desdobramentos, e agora aumentamos nossa avaliação do risco de espalhamento e o risco de impacto da covid-19 para muito alta num nível global.
Mike Ryan, diretor do programa de emergências da OMS afirmou, conforme a BBC, que o risco "muito alto" é o maior que pode ser declarado. No entanto, disse que declarar uma pandemia não ajudaria enquanto ainda estão sendo feitos esforços para conter o vírus.
— Se nós dissermos que há uma pandemia de coronavírus, estaremos aceitando que todas as pessoas do planeta serão expostas ao vírus. Mas os dados ainda não nos dizem isso — garantiu.
A infectologista Lessandra Michelin, diretora da Sociedade Brasileira de Infectologia, diz que, na prática, não há grandes mudanças com essa alteração.
— Na verdade, a gente intensifica vigilância epidemiológica e tenta identificar casos e contatos mais rápido, além de medidas de prevenção — explica
Até o momento, o vírus deixou mais de 83 mil infectados e matou mais de 2,8 mil pessoas (a maioria na China). Mais de 36 mil se recuperaram. Enquanto isso, 24 casos foram exportados da Itália para 14 países, e 97 casos foram exportados do Irã para 11 países. No Brasil, há um caso confirmado em São Paulo.
OMS refuta ideia de que vírus esteja se espalhando livremente
Segundo o diretor -geral da OMS, até o momento a maioria dos casos podem ser ligados a contatos conhecidos ou aglomerados de casos.
— Não vemos evidência ainda de que o vírus está se espalhando livremente nas comunidades — disse.
—Ainda temos chance de conter o coronavírus se ações robustas forem tomadas para detectar casos de forma precoce, isolar os pacientes e cuidar deles e rastrear os contatos.
Ghebreyesus também afirmou que há mais de 20 vacinas sendo desenvolvidas no mundo.
—Esperamos os primeiros resultados em algumas semanas, mas não precisamos aguardar vacinas e soluções terapêuticas. Há coisas que cada indivíduo pode fazer para se proteger e proteger os outros hoje — falou, referindo-se às boas práticas de higiene respiratória, como lavar sempre as mãos e espirrar e tossir no cotovelo ou em lenços descartáveis.
— Seu risco depende de onde você mora, sua idade e sua saúde em geral — lembrou o diretor.
Pessoas com mais de 60 anos e/ou com doença respiratória, cardiovascular ou diabetes têm maior chance de desenvolver a doença causada pelo coronavírus, e o ideal, segundo a OMS, é que evitem aglomerações ou lugares onde poderiam interagir com pessoas doentes.
*Zero Hora com agências
Mapa do coronavírus
Acompanhe a evolução dos casos por meio da ferramenta criada pela Universidade Johns Hopkins: