Seis profissionais da área da saúde morreram e 1.716 foram contaminados na China pelo novo coronavírus, informou nesta sexta-feira (14) o governo, que fez um alerta sobre os riscos nos hospitais.
O anúncio foi feito uma semana depois da morte, em consequência do vírus, do médico Li Wenliang, que havia alertado as autoridades no início da epidemia de Covid-19. Na ocasião, ele foi convocado pela polícia, que o acusou de propagar boatos.
Zeng Yixin, vice-ministro da Comissão Nacional da Saúde, informou que até terça-feira (11) foram registrados 1.716 contágios, 1.102 deles diagnosticados em Wuhan, cidade que é o epicentro da epidemia. Outros 400 profissionais da área da saúde foram infectados em diversos pontos da província de Hubei, da qual Wuhan é capital.
As autoridades se esforçam para distribuir equipamentos de proteção nos hospitais de Wuhan, onde médicos e enfermeiras estão sobrecarregados pelo número cada vez maior de pacientes.
Muitos médicos de Wuhan tratam os pacientes sem máscaras de proteção adequadas ou utilizando diversas vezes o mesmo material, que deveria ser trocado com regularidade. Um funcionário de uma clínica comunitária de Wuhan disse à AFP que ele e outros 16 colegas apresentam sintomas similares aos provocados pelo novo coronavírus.
A precariedade nas condições de trabalho dos profissionais de saúde foi evidenciada com a morte de Li Wenliang, que provocou um forte mal-estar entre a população de Wuhan. Dez acadêmicos da cidade publicaram uma carta aberta para pedir liberdade de expressão.
O número total de mortos na China pela epidemia de Covid-19 se aproximava nesta sexta-feira de 1.400. O número de pessoas contaminadas chegou a 63.851, de acordo com dados oficiais.