O Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) publicou nesta sexta-feira (31) uma primeira versão do Plano de Contingência e Ação para o novo Coronavírus. O material descreve as ações de vigilância e atenção em saúde em todos os níveis de complexidade a serem executadas no caso de detecção de uma suspeita no Estado. As orientações buscam minimizar os riscos à população frente a um caso e orientar a adoção de medidas preventivas e o uso de equipamentos de proteção individual (EPI) nos serviços de saúde.
No material consta, por exemplo, que todo o caso suspeito de infecção humana pelo novo coronavírus deve ser tratado como um alerta. "A tomada de decisão será realizada após discussão conjunta entre todos os entes envolvidos (município, Estado e Anvisa, áreas de portos, aeroportos e fronteiras e Ministério da Saúde)", destaca o plano.
As orientações são baseadas nas informações disponíveis até o momento sobre o novo coronavírus e podem ser atualizadas à medida que mais dados estiverem disponíveis, uma vez que se trata de um microrganismo novo no mundo. São orientações mínimas a serem seguidas, de modo que os profissionais ou os serviços de saúde brasileiros podem determinar ações de prevenção e controle mais rigorosas, a depender da avaliação de cada caso.
Ainda não existe vacina contra a infecção pelo novo coronavírus, então a melhor maneira de prevenir essa infecção é adotar ações para impedir a propagação do vírus. Em vista disso, as medidas devem ser implantadas antes da chegada do paciente ao serviço de saúde, na chegada, na triagem, na espera do atendimento e durante toda a assistência prestada.
Esclareça suas dúvidas sobre o coronavírus
O que é?
O coronavírus é uma família de vírus que causa síndromes respiratórias, como resfriado e pneumonia. Versões mais graves do coronavírus causam doenças piores, como a temida Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars, sigla em inglês), responsável pela morte de mais de 600 pessoas na China e em Hong Kong entre 2002 e 2003. A versão de vírus que circula agora é uma espécie nova, desconhecida da comunidade médica, e o medo é de uma pandemia global.
Quais os sintomas?
Dentre os possíveis sintomas estão febre, dor, dificuldade para respirar, tosse, diarreia e pneumonia.
Onde surgiu?
Na cidade de Wuhan, na província de Hubei, na China. A metrópole de 11 milhões de habitantes está isolada. Trens e voos foram interrompidos e detectores de febre foram instalados nas estações de embarque e no aeroporto. Nas estradas, a temperatura corporal é medida pelos postos de controle e, para sair da cidade, o transporte não pode ser feito de carro. Para evitar qualquer concentração de pessoas, as autoridades anularam as comemorações do Ano-Novo Lunar chinês na cidade. As autoridades também proibiram qualquer espetáculo e fecharam um museu.
Como surgiu?
O Centro para Vigilância e Prevenção de Doenças (CDC), equivalente dos Estados Unidos à Anvisa, identifica um grande mercado atacadista de peixes e frutos do mar na cidade de Wuhan como a origem das infecções.
Como ele é transmitido?
De animal para pessoa e de pessoa para pessoa. Segundo o governo chinês, o vírus pode se modificar e ser transmitido mais facilmente. Conforme o CDC, pessoas mais velhas parecem ter maior risco.
Como é o tratamento?
Não há tratamento contra o coronavírus em si, apenas contra os sintomas. Pacientes tomam remédio para baixar a febre e podem receber máscara de oxigênio para respirar melhor, por exemplo.
Quais os cuidados?
Lavar as mãos (sobretudo quem passar por aeroportos), evitar contato dos dedos com mucosas do nariz, olhos e boca. É recomendável usar álcool em gel.
A vacina contra a gripe protege?
Não. Segundo Alexandre Zavascki, chefe da Infectologia do Hospital Moinhos de Vento e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o vírus da gripe não é o coronavírus, e sim o influenza. Portanto, a vacina regular tomada antes do inverno não protege.
Por que o nome coronavírus?
O nome vem do latim corona, que significa coroa. Visto de um microscópio, o coronavírus parece uma coroa ou auréola.